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Quase metade dos brasileiros já mentiu sobre estar desempregado, diz estudo

Segundo a pesquisa desenvolvida do LinkedIn, os desempregados escondem a verdade por achar que podem perder oportunidades - Adailton Damasceno/Futura Press/Estadão Conteúdo
Segundo a pesquisa desenvolvida do LinkedIn, os desempregados escondem a verdade por achar que podem perder oportunidades Imagem: Adailton Damasceno/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

14/05/2021 15h39Atualizada em 14/05/2021 19h26

Seja por vergonha ou por acreditar que a falta de colocação profissional diminuiria as oportunidades de conseguir um novo espaço no mercado de trabalho, 45% dos brasileiros entrevistados pelo LinkedIn afirmaram ter mentido sobre não ter um emprego.

Segundo a pesquisa, sete em cada 10 pessoas concordam que, como consequência dos desafios que a pandemia trouxe para o mercado de trabalho, há menos estigma negativo associado ao desemprego.

Ainda assim, o levantamento mostra que, do total que afirmou ter mentido em algum momento, 55% dizem que esconderam o desemprego por vergonha, enquanto outros 27% acreditavam que divulgar essa informação diminuiria as suas chances.

O estudo ouviu 2 mil profissionais desempregados no Brasil, entre os meses de outubro e novembro de 2020. Os dados mostram ainda que 49% se sentem em desvantagem em relação a outros candidatos na hora de aplicarem para uma vaga de emprego.

Sobre a situação atual de busca de emprego, 36% dos entrevistados estão estressados e preocupados por não encontrar nada novo, enquanto 30% estão confusos por não terem retorno das empresas. Já outros 17% se sentem derrotados por serem rejeitados nos processos seletivos.

Desemprego é visto como consequência de desempenho

A executiva de Talentos para o LinkedIn, Ana Claudia Plihal, acredita que o medo em falar sobre o desemprego faz parte de uma "forte cultura no Brasil", na qual a falta de uma colocação profissional é vista como consequência do desempenho — ou da falta dele.

"O levantamento nos surpreendeu e mostrou a necessidade de mudar este viés inconsciente tanto do ponto de vista do profissional, quanto das empresas. Em outros países, como França e Reino Unido, não ter um trabalho fixo é encarado com mais naturalidade", disse em nota enviada ao UOL.

Para alavancar a carreira, 41% dos desempregados afirmaram ao estudo que fizeram cursos, enquanto 38% disseram estar trabalhando de maneira informal. Outros 29% passaram a um formato de freelancer ou emprego temporário, como alternativa de renda.