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Motoristas formam filas; postos de gasolina negam risco de desabastecimento

Do UOL, em São Paulo

09/09/2021 10h43Atualizada em 09/09/2021 15h33

Temendo que os bloqueios feitos por caminhoneiros em rodovias federais provoquem desabastecimento, motoristas formavam filas em diversas cidades do país na manhã de hoje para encher o tanque. Entidades que representam os postos afirmam, porém, que não há desabastecimento, apenas problemas pontuais causados pela alta repentina na procura por combustível.

Os bloqueios começaram na terça-feira (7), durante os atos de caráter golpista do 7 de setembro convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e seguiram ao longo de ontem e na manhã de hoje.

Houve registro de filas em postos de Santa Catarina, Tocantins, Pernambuco, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal.

Em Florianópolis, um bloqueio na noite de ontem causou correria aos postos, e pelo menos sete estabelecimentos fecharam mais cedo após zerarem o estoque com a maior demanda.

O Ministério da Infraestrutura afirmou ontem que não há previsão, no momento, de que os bloqueios nas rodovias afetem o abastecimento de produtos no país.

Entidades relatam apenas problemas pontuais

Procurada pelo UOL, a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes) afirmou que não há registro de problemas com o abastecimento no país.

Entidades estaduais apontam problemas pontuais, causados principalmente pela alta demanda.

O Sincopetro-SP (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo) afirmou que, no momento, não existe desabastecimento. "Houve uma pequena corrida dos consumidores e falta eventual em alguns postos", disse.

No Rio Grande do Sul, o Sulpetro (Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado do RS) afirmou que não há desabastecimento e que a entrega de produtos nos postos acontece normalmente. Segundo João Carlos Dal'Aqua, presidente do Sulpetro, na quarta-feira (8) houve aumento nos pedidos, "o que pode ter ocasionado algum desabastecimento, mas sem interrupção no carregamento de combustíveis às revendas".

No Espírito Santo, o Sindipostos (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo) afirma que os bloqueios impactaram o reabastecimento de postos no interior. Segundo a entidade, revendedores que ficaram sem estoque se mobilizaram para repor os produtos junto aos distribuidores. Já na capital Vitória, "a tendência é que não haja problemas", já que as bases de Tubarão e Vila Velha estão operando normalmente. "As informações da manhã desta quinta dão conta de que os manifestantes estão flexibilizando a passagem e liberando alguns caminhões. Mantendo esse comportamento, a tendência é que o abastecimento se normalize em um ou dois dias" diz nota do Sindipostos.

O Sincombustíveis-SC (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Litoral Catarinense e Região), que abrange municípios do litoral de Santa Catarina, aponta que há seis postos desabastecidos em Itajaí. Outros estão com "fila considerável".

Segundo outra entidade de Santa Catarina, o Sindipetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina), estão ocorrendo negociações com os manifestantes para a liberação de pontos de bloqueio. A expectativa é de que até sexta (10) o abastecimento esteja normal em todas as regiões do estado.

No Distrito Federal, segundo o Sindicombustíveis-DF (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal), não há falta de produtos, e os estoques das distribuidoras devem durar mais uma semana. Por isso, não há necessidade de corrida aos postos para abastecimento.

O UOL entrou em contato e aguarda o posicionamento do Sindestado-RJ (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Lubrificantes e Lojas de Conveniência no Estado do Rio de Janeiro); do Sindiposto-TO (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado de Tocantins); e do Sindicombustíveis-PE (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco).

Bolsonaro diz que vai se reunir com representantes

O presidente Jair Bolsonaro pediu que caminhoneiros autônomos desistam da paralisação e liberem as rodovias, em áudio divulgado em grupos de mensagens, nas redes sociais. O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, confirmou a autenticidade do áudio.

Fala para os caminhoneiros aí, são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dê um toque aí para os caras, se for possível... para liberar, para a gente seguir a normalidade.
Jair Bolsonaro, em áudio para caminhoneiros

O chefe do Executivo disse a apoiadores que irá se reunir ainda hoje com representantes da categoria.