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Dólar opera em alta, vendido a R$ 5,334, e Bolsa cai 0,6%; siga

Do UOL, em São Paulo

24/09/2021 09h31Atualizada em 24/09/2021 13h39

O dólar comercial operava em alta e a Bolsa em queda na tarde de hoje. A moeda alcançou o valor de R$ 5,334 por volta das 13h40 (de Brasília), quando subia 0,47%.

No mesmo horário, após três altas seguidas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, quebrava a tendência e caía 0,6%, registrando 113.383,71 pontos.

Ontem (23) o dólar comercial teve valorização de 0,1%, fechando a R$ 5,310 na venda, e a Bolsa teve alta de 1,59%, fechando a 114.064,359 pontos.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Evergrande e inflação voltam a incomodar

Os mercados financeiros globais continuavam apreensivos com a imensa dívida da Evergrande, depois que o prazo de ontem para o pagamento de US$ 83,5 milhões em juros de um título denominado em dólares passou sem a empresa se pronunciar.

"Na China, não há ainda sinais de que o problema da Evergrande está perto de ser equacionado de maneira estrutural", alertou em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos. "Isso terá impacto não desprezível sobre o crescimento do país e do mundo, em algum momento. Quanto mais tempo levar para essa questão ser solucionada ou endereçada, maior o impacto."

Enquanto isso, no Brasil o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 1,14% em setembro, sobre alta de 0,89% no mês anterior, informou o IBGE hoje. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 1,02% para o período.

No acumulado em 12 meses, a alta do IPCA-15 chegou aos dois dígitos pela primeira vez desde o início de 2016, a uma taxa de 10,05%.

À medida que os dados de inflação continuam a surpreender para cima, os mercados seguem atentos às perspectivas para a taxa básica de juros do Brasil, com muitos observando que o atual ritmo de aperto monetário do Banco Central pode não ser o suficiente para aliviar as intensas pressões sobre os preços.

"Se o BC mantém o ritmo atual (de elevação da taxa Selic), o mercado fica com a sensação de que, para conter a inflação, precisaria de alta mais forte", disse à Reuters Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos.

Ainda assim, disse ele, é possível que a manutenção do ritmo recente de alta dos juros permita uma Selic terminal mais elevada, algo que talvez não pudesse se concretizar se o BC optasse por promover aumentos superiores a 1 ponto percentual na taxa ao longo das próximas reuniões de política monetária.

O Banco Central aumentou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual pela segunda reunião de política monetária consecutiva na quarta-feira, a 6,25% ao ano, e indicou alta de igual magnitude em seu próximo encontro.

Várias instituições financeiras têm elevado suas projeções para a Selic ao fim do ciclo de aperto monetário do Banco Central, com algumas casas prevendo taxa terminal de até dois dígitos.

Custos mais altos dos empréstimos no Brasil tendem a elevar a atratividade do mercado de renda fixa local, intensificar o ingresso de dólares no país e, consequentemente, beneficiar o real.

Mas qualquer valorização da moeda brasileira depende, afirmou Panonko, das trajetórias de inflação e retomada econômica e da agenda fiscal do governo, com necessidade de passar a impressão de austeridade e comprometimento com o teto de gastos.

Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.

Com Reuters