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Ricardo Fort: "Globo ajudou muito na construção do futebol no Brasil"

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/10/2021 10h50

O mercado de transmissões de partidas de futebol tem passado por um período de ebulição no Brasil. A Copa Libertadores da América foi para o SBT; torneios como o Campeonato Carioca e o Campeonato Paulista serão transmitidos pela Record —o Paulistão ainda será exibido pelo YouTube; a HBO transmitirá partidas da Champions Leauge e a Amazon Prime Video passou a vender o pacote de pay per view do Campeonato Brasileiro.

Mas essa pulverização é boa ou ruim para o público? E os anunciantes? Como ficam nessa? Para falar um pouco sobre o tema, o programa Mídia e Marketing desta semana conversou com Ricardo Fort, consultor da Sport by Fort - confira a entrevista, na íntegra, acima.

Formado em Engenharia, o executivo começou sua carreira no marketing da Unilever, nos anos 1990. Além de passar pelo marketing de empresas como Kellog's, Visa e Danone, Fort trabalhou por duas vezes na Coca-Cola. Em fevereiro deste ano, ele deixou o cargo de vice-presidente global de patrocínios da gigante dos refrigerantes para abrir uma consultoria própria.

"Estamos passando por um período de grandes mudanças no Brasil. A Globo ajudou a construir o futebol no Brasil, através de décadas de transmissões, mas é inevitável que aconteça essa fragmentação" (a partir de 27:34).

Fort também fala sobre os problemas que o marketing esportivo atravessa para se desenvolver ainda mais no Brasil. O executivo reforça que os clubes de futebol, por exemplo, ainda erram em tratar seus uniformes como outdoor.

"O futebol visto como mídia prejudica uma grande parte do mercado. As marcas maiores, internacionais, não precisam mais de outdoor nas camisas dos clubes. Além disso, a maioria dos clubes não está pronto para falar de outros assuntos, negociar outras plataformas. O Brasil ainda está amadurecendo no mercado esportivo", afirma (a partir de 14:36).

Ele lembra que inconsistência na qualidade de administração do futebol brasileiro também atrapalha o desenvolvimento de novos negócios.

"Em geral, o futebol do Brasil tem uma imagem muito ruim. Por isso, as marcas grandes não se aproximam tanto. Entretanto, tive contato muito próximo com alguns dirigentes e percebi que também há qualidade. O futebol do Brasil pode evoluir daquela imagem que tem "cartola mal preparado". Os clubes que estão bem financeiramente e esportivamente são administrados por pessoas de muita qualidade", declara (a partir de 17:23).