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Sakamoto: Auxílio Brasil é uma ação para compra de votos

Colaboração para o UOL

20/10/2021 18h54

Em participação ao UOL News da noite de hoje, o colunista Leonardo Sakamoto falou sobre o Auxílio Brasil, novo programa social do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) que deverá ser pago a partir de novembro. Na avaliação de Sakamoto, o benefício é uma ação para a compra de votos.

"O Auxílio Brasil não é o Bolsa Família turbinado. É uma ação literalmente para compra de votos, é um primo pobre macabro do Bolsa Família. O presidente Jair Bolsonaro quer mudar a natureza do programa, só que ao fazer isso, ele basicamente implode o programa", avaliou o colunista.

O ministro da Cidadania, João Roma, disse hoje que o novo auxílio, que irá substituir o Bolsa Família, terá um aumento de 20%. Além disso, anunciou o ministro, será criado ainda um benefício temporário com validade até o final do mandato de Bolsonaro, em dezembro de 2022, para que todos os benefícios subam para pelo menos R$ 400.

Sakamoto explicou durante o UOL News que o Bolsa Família foi responsável por tirar milhões de famílias brasileiras da miséria, além de garantir segurança alimentar para milhares de pessoas.

"O Auxílio Brasil chega como medida provisória, ele não vai ser debatido, a ideia é que seja aprovado rápido, o que é absurdo porque medida provisória não é para isso", disse.

"E no afã de melhorar seus índices, Bolsonaro deixa passar uma série de buracos. Não há uma definição do público-alvo [do auxílio], porque o governo Bolsonaro não define o que é faixa de pobreza e faixa de extrema pobreza. Ou seja, não sabemos que público é esse, não sabemos de onde vem o dinheiro."

Além disso, lembrou o colunista, as famílias hoje candidatas ao Bolsa Família entram no programa por meio de entrevistas feitas por entrevistadores capacitados.

"Assistentes sociais que trabalham nas prefeituras vão para as comunidades, entendem as necessidades das família, preenchem o cadastro único e dali vão para o Bolsa Família. O Bolsonaro está querendo substituir esse processo para preencher um aplicativo. Quem é mais vulnerável não tem acesso ao aplicativo. E aí, faz como", questionou Sakamoto. "Foi o que aconteceu com o auxílio emergencial: um monte de gente que precisava ficou de fora."