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Mourão defende 'boas soluções' para Auxílio Brasil sem furar teto de gastos

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) defendeu uma discussão sobre os valores de renúncia fiscal - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) defendeu uma discussão sobre os valores de renúncia fiscal Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

21/10/2021 21h04

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse hoje que existem "boas soluções" para garantir o custeio do Auxílio Brasil, sem que seja preciso estourar o limite do teto de gastos. O Auxílio Brasil foi apresentado como substituto do Bolsa Família, mas os valores a serem pagos e a fonte de pagamento do benefício ainda não estão bem explicados.

Mourão disse que ultrapassar o limite dos gastos, previsto em lei, seria uma solução "crítica". Por isso, defendeu que a saída saíra quando "se sentar todo mundo".

"É uma situação complicada que nós temos vivido. Qual é a minha visão? Eu acho que têm boas soluções para serem buscadas no sentido de se obter os recursos necessários para um auxílio para a população mais desvalida sem que seja obrigatório você quebrar o teto de gastos ou furar o teto", disse a jornalistas no fim da tarde de hoje.

Uma dessas opções para o vice-presidente seria discutir os valores de renúncia fiscal. Segundo ele, o montante é da ordem de R$ 360 bilhões. Outra saída seria a PEC dos Precatórios.

"Podia ser feita uma negociação em cima disso aí. O que são 40 em 360? Essa é uma linha de ação, mas isso requer um consenso tanto daqueles que deixam de pagar imposto quanto dentro Congresso, para que se tenha uma solução que não seja tão crítica a ponto de você ter um gasto fora do teto", finalizou.

Auxílio Brasil

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil. Apesar de garantir que a elevação temporária do piso do benefício não furaria o teto de gastos, não explicou como.

O valor temporário de R$ 400 foi reforçado mais tarde pelo ministro da Cidadania, João Roma. Na previsão da pasta, o benefício começará a ser pago ainda em 2021, em novembro.

Na noite de ontem, o ministro Paulo Guedes falou em "licença para gastar" fora do teto de gastos e bancar os R$ 400 temporários do Auxílio Brasil. Em seguida, João Roma, falando à CNN Brasil, disse que o governo pode até mesmo rever a regra do teto.

Mas as falas dos ministros não foram bem recebidas. O mercado reagiu, com o dólar batendo R$ 5,64 e a bolsa operando em baixa. No UOL News, a colunista Carla Araújo disse que trata-se de uma reação à fala de Paulo Guedes.

Além disso, quatro secretários de Guedes pediram demissão. O ministério da Economia informou que o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, a secretária especial-adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, vão deixar os cargos. Os quatro informaram razões pessoais, segundo a pasta.