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Bolsa recua quase 1%; dólar também passa a cair, vendido perto de R$ 5,64

Do UOL, em São Paulo*

22/10/2021 09h22Atualizada em 22/10/2021 16h55

O dólar comercial passou a operar em queda na tarde desta sexta-feira (22), após disparar e chegar a bater R$ 5,73 ao longo da sessão. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, chegou a registrar queda de 4%.

Por volta das 16h50, o Ibovespa perdia 0,97%, a 106.687,50 pontos. O dólar caía 0,56%, a R$ 5,636 na venda.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje a PEC dos Precatórios, aprovada pela comissão especial da Câmara, que abriu espaço para o governo gastar mais R$ 83 bilhões em 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentará a reeleição. Para isso, a PEC muda regras do teto de gastos.

Com o furo no teto, a Bolsa ontem tombou 2,75% e chegou ao menor patamar em quase um ano, e o dólar avançou 1,92%, a R$ 5,668 na venda.

Com a confirmação de que o governo vai driblar o teto de gastos, houve uma debandada na equipe econômica, com a saída de quatro secretários.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Debandada na equipe econômica

Ontem, assim que os mercados fecharam, o Ministério da Economia comunicou que o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao chefe da pasta, Paulo Guedes, marcando nova rodada de baixas na equipe econômica. Outros dois secretários também se demitiram.

Com a debandada, agentes de mercado começavam a especular sobre a saída de Guedes.

Simultaneamente, várias casas de análise pioravam suas perspectivas para crescimento econômico, inflação, juros e dívida pública para 2021, incluindo Morgan Stanley, Credit Suisse e UBS.

Furo no teto de gastos

Repercute ainda no mercado a confirmação de que o governo vai mudar a regra do teto de gastos para colocar de pé um novo Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, mais robusto.

Ontem à noite, a comissão especial da Câmara que trata da PEC dos precatórios aprovou o texto apresentado pelo relator da matéria, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB). Pela proposta, o governo federal terá um espaço fiscal de R$ 83 bilhões para gastar a mais em 2022, furando o teto de gastos.

Isso permitiria o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400 até o fim de 2022. Na prática, a PEC permite que o governo fure o teto de gastos, a regra fiscal constitucional que limita a despesa pública ao Orçamento do ano anterior corrigido pela inflação.

Nas contas da IFI (Instituição Fiscal Independente), órgão ligado ao Senado, o furo no teto de gastos será de R$ 94,4 bilhões, dos quais R$ 40 bilhões serão usados para viabilizar o auxílio de R$ 400. Ainda não se sabe como o governo vai gastar os R$ 54,4 bilhões restantes.

Ontem, o presidente Bolsonaro também prometeu lançar um auxílio para 750 mil caminhoneiros, para compensar a alta do diesel. O programa teria o valor de R$ 400, somando um gasto de R$ 4 bilhões.

Com informações da Reuters.

Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Uma versão anterior deste texto informava incorretamente, no título e no primeiro parágrafo, que o dólar chegou a R$ 6,71. Na verdade, chegou a R$ 5,71. A informação foi corrigida.

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