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'Conversinha', diz Guedes sobre previsões de baixo crescimento da economia

Paulo Guedes fala em cerimônia no Palácio do Planalto para lançamento do Programa Nacional de Crescimento Verde - Isac Nóbrega/PR
Paulo Guedes fala em cerimônia no Palácio do Planalto para lançamento do Programa Nacional de Crescimento Verde Imagem: Isac Nóbrega/PR

Do UOL*, em São Paulo

25/10/2021 19h34Atualizada em 25/10/2021 19h39

O ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou hoje como "conversinha" as previsões que apontam baixo crescimento da economia do país no ano que vem.

"Vamos crescer no ano que vem de novo. A conversinha é sempre essa, primeiro que [a economia] ia cair e ia ficar lá embaixo, não ia voltar. Aí volta em V", disse ele durante discurso em evento no Palácio do Planalto. "Agora, o crescimento não ia vir, e já é de 5%, 5,3% ou 5,4% esse ano. Aí já estão falando que no ano que vem não vai crescer. Vai crescer, vai crescer de novo. Cada um vai fazer o seu trabalho".

Recuperação em V é um expressão usada por economistas para descrever um crescimento vertiginoso depois de uma queda.

Mais cedo, o Itaú divulgou um relatório em que revisa as projeções para o PIB de 2022 para baixo. Antes, a previsão era de alta de 0,5%— agora, é de retração de 0,5%. Essa mudança é causada pela expectativa de aumento da taxa Selic.

"Taxas de juros mais altas levarão a uma atividade econômica mais fraca, e agora vemos recuo moderado de 0,5% do PIB em 2022 (nossa projeção era de crescimento de 0,5% anteriormente)", diz o documento.

De acordo com o Itaú, o aumento da incerteza fiscal implica em um risco país mais alto, maior depreciação do real, piores perspectivas para a inflação e, em última instância, uma taxa de juros mais alta.

Na semana passada, a XP já havia corrigido as previsões de crescimento do ano que vem de 1,3% para 0,8%.

No pronunciamento de hoje, Guedes admitiu que o governo gastará mais que o previsto, conforme tentam viabilizar um Auxílio Brasil de R$ 400 até o final de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentará a reeleição.

"É evidente que, seja com pedido de extrateto, seja com uma revisão. Não podemos disfarçar a verdade. A verdade é que vai haver um gasto um pouco maior", declarou.

*Com informações do Estadão Conteúdo