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Bolsonaro diz que Petrobras não tem que dar lucro muito alto: 'Viés social'

Do UOL, em São Paulo

28/10/2021 18h13Atualizada em 29/10/2021 12h56

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu hoje que a Petrobras tem um "viés social" e, por isso, não deve dar lucro muito alto, "como tem dado". Ele também voltou a criticar a política de preços dos combustíveis adotada pela estatal, dizendo que tem buscado meios de mudá-la.

A Petrobras teve lucro de R$ 31,14 bilhões no terceiro trimestre deste ano, segundo balanço divulgado há pouco pela empresa. No mesmo período de 2020, a estatal havia registrado prejuízo de R$ 1,5 bilhão.

"Falei para o Paulo Guedes [ministro da Economia] colocar a Petrobras no radar de uma possível privatização. Porque se é uma empresa que exerce monopólio, ela tem que ter seu viés social, no bom sentido. Ninguém quer dinheiro da Petrobras para nada. Queremos que a Petrobras não seja deficitária, obviamente, e invista também em gás, e não apenas em outras áreas", disse Bolsonaro, durante sua live semanal.

O horário da transmissão foi antecipado sem aviso prévio. A live costuma ser feita toda quinta-feira, às 19h, mas foi adiantada para as 17h porque o presidente viajará para a Itália, onde participará da cúpula do G20.

[A Petrobras] tem que ser uma empresa que dê um lucro não muito alto, como tem dado. Além de lucro alto para acionistas, a Petrobras está pagando dívidas bilionárias de 'assaltos' que ocorreram há pouco tempo na empresa.
Jair Bolsonaro, em referência a escândalos de corrupção

Bolsonaro ainda negou que seja responsável pelos recentes aumentos nos combustíveis nas refinarias, dizendo que a Petrobras é "obrigada" a seguir a "legislação". O que ele chama de lei, na verdade, é a regra adotada pela estatal para definir esses reajustes, que leva em conta a variação do câmbio e os preços do petróleo no mercado internacional. Desde o início do ano, a Petrobras reajustou o preço da gasolina 15 vezes, com aumento de 74%. Foram ainda 12 reajustes no preço do diesel, registrando aumento de 64,7%.

Hoje, o dólar fechou em alta de mais de 1%, vendido a R$ 5,625. Já o preço do barril de petróleo está em cerca de US$ 83, pouco abaixo dos US$ 86,40 alcançados na terça-feira (26) — maior valor desde 2014.

"O que acontece: eu não aumento. A Petrobras é obrigada a aumentar o preço, porque ela tem que seguir a legislação, e nós estamos tentando buscar maneiras de mudar a lei nesse sentido. Porque não é justo, você vive em um país que paga tudo em real, um país que é praticamente autossuficiente em petróleo, e tem o preço de seu combustível atrelado ao dólar. Realmente ninguém entende isso", argumentou.

Ontem, em entrevista à Jovem Pan News, o presidente já havia criticado a Petrobras — que, segundo ele, "só dá dor de cabeça" — e defendido sua privatização. "É uma empresa que hoje em dia está prestando serviços para acionistas. Essa empresa é nossa ou de alguns privilegiados?", questionou Bolsonaro.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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