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Dólar opera em alta de 0,89%, vendido a R$ 5,643; Bolsa sobe 0,3%

UOL

Em São Paulo

23/11/2021 09h32Atualizada em 23/11/2021 14h42

O dólar comercial e a Bolsa operavam em alta na tarde de hoje (23). Por volta das 14h40 (de Brasília), a moeda norte-americana subia 0,89%, vendida a R$ 5,643, refletindo cenário internacional de menor apetite por risco em meio a perspectivas de aumentos de juros nos Estados Unidos já em 2022.

Ruídos em torno da tramitação da PEC dos Precatórios no Congresso também davam suporte à moeda norte-americana, mantendo investidores cautelosos sobre as perspectivas fiscais do Brasil.

No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, subia 0,3%, a 102.432,99 pontos, com a valorização do minério de ferro impulsionando as ações da Vale e siderúrgicas, em movimento ainda respaldado por Wall Street.

Ontem (22) o dólar caiu 0,27%, fechando a R$ 5,594 na venda, e a Bolsa a 102.470,383 pontos, com baixa de 0,55%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Nomeação ao Fed

O presidente dos EUA, Joe Biden, nomeou Jerome Powell para um segundo mandato como chair do Federal Reserve, o banco central norte-americano.

Lael Brainard, diretora do Fed que era considerada outra provável opção de Biden para o cargo principal do Fed, acabou sendo nomeada vice-chair.

"Embora (Powell) seja considerado bastante 'dovish', leniente em relação à inflação, a pessoa que poderia ter sido indicada no lugar dele seria ainda mais 'dovish'", explicou à Reuters Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos.

A recondução de Powell, desta forma, elevou expectativas de que o banco central dos EUA aperte sua política monetária mais cedo do que o esperado, com os mercados monetários passando a precificar aumentos das taxas de empréstimo já em junho de 2022. "Se os juros sobem, isso ajuda a moeda norte-americana", disse Morelli.

PEC dos Precatórios

Enquanto isso, no Brasil, seguem as discussões e negociações da PEC dos Precatórios no Senado. A proposta precisa passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) antes de ser votada pelo plenário da Casa.

Morelli disse não concordar com a visão de alguns participantes do mercado de que eventual aprovação da PEC dos Precatórios poderia representar uma "virada de página" na recente incerteza doméstica em torno das contas publicas.

"Acho que o problema fiscal brasileiro no curto prazo não está somente amarrado à PEC. Ele está na baixa confiança de agentes econômicos no comprometimento do governo com o teto fiscal", afirmou o estrategista.

"E a pressão por mais gastos não vai terminar no curto prazo", alertou, uma vez que as eleições presidenciais — amplamente vistas pelo mercado financeiro como incentivo a medidas populistas — só acontecerão no segundo semestre de 2022.

Morelli acredita que o dólar deve alcançar patamares elevados de até R$ 5,80 ao longo do ano que vem, devido a eventuais aumentos de juros nos EUA e pressão das eleições no Brasil, mas vê possibilidade de que a moeda encerre 2022 mais barata, em torno dos R$ 5,40. Isso porque o próximo presidente do Brasil já estará definido e a taxa Selic estará em patamares bem altos, dando apoio ao real.

Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.

Com Reuters