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Ministro fala sobre informalidade e diz que flanelinha ganha R$ 4.000/mês

Colaboração para o UOL, em Brasília

30/11/2021 21h51

As diferenças regionais do Brasil devem ser levadas em conta ao se analisar o avanço do trabalho informal, afirmou hoje o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, durante um evento do setor de construção.

"Um flanelinha no Leblon ganha R$ 3.000, R$ 4.000 por mês. O flanelinha! Mas alguém em Jucurutu, no interior do [Rio Grande do Norte, que trabalha] tangendo animais, ganha R$ 200. É uma realidade completamente diferente. As pessoas têm que compreender isso para poder entender o país", disse o ministro.

As falas do ministro ocorreram no mesmo dia em que o IBGE divulgou que, no terceiro trimestre, a taxa de informalidade subiu para 40,6% da população ocupada, com 37,709 milhões de trabalhadores atuando sem carteira assinada. Os números representam aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 2,6 pontos percentuais frente ao mesmo período em 2020. De acordo com o IBGE, os postos de trabalho informais respondem por 54% do aumento na ocupação

Em sua participação no evento, Marinho destacou que no Brasil sempre houve um grande volume de trabalhadores na informalidade. "Isso não é nenhuma novidade", afirmou. Em sua avaliação, a queda de circulação de pessoas no mundo, em 2020, por causa da pandemia, levou cada vez mais pessoas a buscar um trabalho com carteira assinada. "Essa grande massa de pessoas que trabalhavam na informalidade, pela falta de circulação de pessoas, correu para a formalidade, por uma questão de sobrevivência", afirmou.

Ministro foi relator da reforma trabalhista

Então deputado, Marinho foi relator da reforma trabalhista na Câmara no governo Michel Temer. Maior mudança nas leis trabalhistas desde a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a reforma instituiu mudanças como o trabalho sem hora fixa, com salário por hora, o fim do imposto sindical e a maior dificuldade de acesso à Justiça gratuita.

Na época, o governo e Marinho defenderam que a reforma criaria milhões de empregos e reduziria a informalidade no país.

Desemprego atinge 13,5 milhões no país

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,6% no trimestre encerrado em setembro de 2021 —recuo de 1,6 ponto percentual em comparação ao registrado no período de abril a junho (14,2%). Em relação ao terceiro trimestre de 2020 (14,9%), a queda foi de 2,3 pontos percentuais.

O número de pessoas ocupadas chegou a 93 milhões, aumento de 11,4% frente ao mesmo período do ano passado e de 4% em comparação com o trimestre móvel encerrado em agosto. Mas o desemprego ainda atinge 13,5 milhões de brasileiros. As informações faz parte dos resultados da Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A média de rendimento real habitual dos brasileiros, no entanto, chegou a R$ 2.459 -- queda de 4% em relação ao trimestre anterior e de 11,1% frente ao terceiro trimestre de 2020. Isso porque muitas das vagas que têm sido reabertas são de postos de baixa remuneração, como empregos informais.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Uma versão anterior deste texto informava incorretamente uma comparação com o terceiro semestre de 2020. Na verdade, um ano tem apenas dois semestres. A comparação correta é com o terceiro trimestre de 2020. A informação foi corrigida.

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