País teve 26% menos café em 2021, preço dispara e produtor ganha 18% mais
O valor bruto da produção (VBP) de café no Brasil foi de R$ 40,12 bilhões em 2021. Isso representa uma alta de 18% em relação a 2020 (R$ 34,04 bilhões) e mais que o dobro do registrado em 2019 (R$ 19,94 bilhões). O VBP é um indicador de desempenho e faturamento da agropecuária. A produção de café em si caiu 26%, mas mesmo assim o faturamento dos produtores foi maior porque o preço disparou (em média 35% até outubro).
Os dados são do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café). A produção de café arábica atingiu R$ 30,8 bilhões (76,7% do total) e a de café conilon, R$ 9,3 bilhões (23,4%).
Os números foram calculados com base nas informações fornecidas pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura. Com base nos dados, a cafeicultura participou com 5,3% do faturamento total das lavouras, que foi de R$ 756 bilhões em 2021. Isso coloca a atividade no quarto lugar do ranking de VBP.
O cálculo do faturamento bruto agropecuário contempla 17 produtos agrícolas e considera os preços médios recebidos pelos agricultores.
Mais caro
Em 2021, a produção de cafés no Brasil teve uma queda de 26% em relação ao ano passado, e o volume total colhido nas lavouras foi de 47 milhões de sacas de 60 kg. A área plantada, no ano, foi de 1,8 milhão de hectares.
A produção de arábica respondeu por 66% do total de cafés no país, com 30,73 milhões de sacas, 37% menos que em 2020. A produção de cafés do tipo conilon teve aumento de 12,8% em relação ao ano passado e chegou a 16,15 milhões de sacas.
Durante o ano, estiagem e geadas prejudicaram a safra de café arábica, principalmente na região do cerrado mineiro e São Paulo.
Com menos produto no mercado, os preços dispararam durante o ano: as cotações dos cafés arábicas subiram 110%, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic). A tendência, segundo a entidade, é que em 2022 os preços continuem altos.
Cafés pelo Brasil
O 4º Levantamento da Safra de Café da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado neste mês, apontou os nove maiores produtores do grão no Brasil. Minas Gerais ainda lidera a produção com 22 milhões de sacas (46,4% da produção nacional).
Por lá, são produzidos 77% dos cafés do tipo arábica no país. Depois, vem o Espírito Santo, com 14,16 milhões de sacas (29,6%) com a maior parte da produção do tipo conilon.
A lista também contempla o estado de São Paulo em terceiro lugar, com 4 milhões de sacas (8,3% da produção nacional), Bahia, com 3,46 milhões de sacas (7,2%) e Rondônia, 2,26 milhões de sacas. Paraná (876 mil sacas), Goiás (234 mil sacas), Rio de Janeiro (209 mil sacas) e Mato Grosso (194 mil sacas) também entram na lista.
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