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Covid: 76% dos bares e restaurantes afastaram funcionários desde dezembro

A infecção por covid-19 ou influenza obrigou 76% dos bares e restaurantes a afastar funcionários entre dezembro e janeiro, aponta pesquisa da Abrasel - Andre Porto/UOL
A infecção por covid-19 ou influenza obrigou 76% dos bares e restaurantes a afastar funcionários entre dezembro e janeiro, aponta pesquisa da Abrasel Imagem: Andre Porto/UOL

Do UOL, em São Paulo

02/02/2022 09h44Atualizada em 02/02/2022 10h29

A infecção por covid-19 ou influenza obrigou 76% dos bares e restaurantes a afastar funcionários entre dezembro e janeiro. As informações são de um levantamento da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) feito de 15 a 27 de janeiro.

Em média, quase um em cada quatro funcionários (24%) foi afastado do posto de trabalho por covid. "Os afastamentos preocupam, mas deve ser um fator sazonal, segundo os especialistas em saúde pública", diz o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.

Segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o percentual de casos positivos a partir de testes RT-PCR alcançou a marca de 37% até o dia 24 de janeiro. No mês de dezembro, o número era de 3%.

Além de maior percentual de infectados, a Fiocruz ressalta que a alta de positividade também é influenciado pelo aumento de acesso aos testes.

Justamente em um período de alta procura de bares e restaurantes fomos pegos por estes afastamentos, que trouxeram muito transtorno. É uma força de trabalho que tem de ser coberta e isso pressiona mais os custos de um setor já muito endividado.
Presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci

Pela primeira vez desde o início da pandemia, em março de 2020, há mais bares e restaurantes que registraram lucro (34%) do que prejuízo (31%), de acordo com o levantamento de 15 a 27 de janeiro. Outros 34% tiveram "equilíbrio" fiscal.

O resultado de dezembro de 2021 também superou o ano anterior. Cerca de 66% dos estabelecimentos afirmaram ter faturado mais do que em 2020. Já na comparação entre novembro e dezembro de 2021, houve crescimento para 59% das empresas.

No acumulado do ano, no entanto, 45% dos empresários disseram ter fechado 2021 com prejuízo. Para o setor, o pior momento foi em março de 2021, quando 82% dos bares e restaurantes sinalizaram estar operando no vermelho.

Desde o início da pandemia, também cresceu o endividamento de empresas do setor. Os empréstimos por Pronampe foram tomados por 51% das empresas. Destas, 20% tem ao menos uma parcela em atraso.

Segundo a Abrasel, 22% das empresas com empréstimo dizem correr o risco de quebrar —a alta da Selic contribuiu para o custo do empréstimo.

"Nesta quarta-feira (2) teremos novo anúncio do Copom e a taxa Selic pode passar de dois dígitos. É urgente um olhar para o Pronampe, programa muito importante, mas que teve seu custo bastante aumentado com os frequentes reajustes nos juros. Isso arrebenta com a estratégia financeira das micro e pequenas empresas, que são a maioria do nosso setor", defende Solmucci.