Carrefour em Diadema exige de clientes passaporte da vacina e gera polêmica

Uma placa exigindo o comprovante de vacinação em um supermercado da rede Carrefour em Diadema, Região Metropolitana de São Paulo, causou polêmica nas redes sociais. No informe, a empresa afirmava que, desde ontem, passou a ser obrigatório a apresentação do documento para a "entrada e permanência" no estabelecimento. A medida dizia cumprir o Decreto Municipal nº. 8.087/2022, publicado em 27 de janeiro, que entrou em vigor ontem na cidade.

Segundo a empresa, a placa já foi retirada da unidade, uma vez que os supermercados são considerados serviços essenciais e, portanto, o decreto não se aplica ao eles. No Twitter, o Carrefour chegou a ser um dos assuntos mais comentados na manhã de hoje. De um lado, alguns usuários aprovavam a exigência. Do outro, algumas pessoas criticavam a restrição do acesso à alimentação.

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O decreto do município de Diadema exige dos moradores a apresentação do comprovante de vacina — digital ou físico — "para entrar nos estabelecimentos e locais de uso coletivo públicos e privados". Entre eles estão academias, estádios, cinemas, teatros, restaurantes, eventos, bares, lanchonetes, shoppings e centros comerciais, além de serviços de transporte e estabelecimentos de hospedagem.

Em publicação, a prefeitura alega que a medida é para "conter o avanço da pandemia pelo coronavírus e também estimular a imunização de toda a população".

"Aqui em Diadema, praticamente 100% da população adulta está totalmente vacinada, inclusive com a segunda dose. A intenção é de mostrar que todas as pessoas que frequentam uma academia de ginástica, por exemplo, estão vacinadas e protegidas. Além de continuar adotando hábitos como uso correto de máscara, álcool gel e outras medidas sanitárias", diz site do município.

Em nota enviada ao UOL, o Carrefour informou que o decreto se aplica "aos centros comerciais e lojas presentes no mesmo espaço comercial, e não ao hipermercado, que é considerado um serviço essencial."

Ainda, segundo a empresa, desde o início da pandemia o supermercado vem implementando medidas de segurança em todas as lojas do país no combate do avanço da pandemia. "Todas as iniciativas de higiene foram atestadas internacionalmente pelo selo My Care. Dentre as iniciativas, estão: aferição de temperatura, adesivos no chão para distanciamento, proteção em acrílico nos caixas, limpeza contínua dos carrinhos, caixas e esteiras, além de totens informativos nas entradas das lojas, disponibilização de álcool gel, entre outras."

O UOL também entrou em contato com a prefeitura de Diadema que confirmou que o decreto não abrange supermercados. "Porém, é recomendável a utilização do Passaporte da Vacina, por ser um ambiente fechado e de grande circulação de pessoas", diz comunicado.

Segundo a prefeitura, o decreto foi instituído porque "são públicos os efeitos de aglomeração para o avanço do vírus, bem como os benefícios da vacinação para evitar que a doença evolua para casos mais graves". Nesse sentido, o município acredita que o Passaporte da Vacina "atua nessas duas frentes, para conter a proliferação do novo coronavírus e incentivar a vacinação da população de Diadema."

De acordo com o órgão, o aumento pela procura de vacinas nas unidades de saúde de Diadema aumentou desde que o decreto foi publicado. "Em 27 de janeiro, 84 pessoas foram vacinados com a primeira dose. No dia 1º de fevereiro, quando as regras da medida entraram em vigor, 293 munícipes foram vacinados com a primeira dose. Aumento de 249% na procura."

A prefeitura também afirmou que instituiu um canal de diálogo com comerciantes e empresários para ressaltar a importância da medida e que, na tarde de ontem, realizou uma reunião conduzida pela Associação Comercial e Empresarial de Diadema, com representantes da administração, para ouvir sugestões e esclarecer dúvidas a respeito do decreto.