Dólar cai 0,8%, a R$ 5,066 com tensão geopolítica no radar; Bolsa sobe
O dólar comercial caía 0,8% na manhã de hoje, por volta das 10h40 (horário de Brasília), quando era negociado a R$ 5,066. A moeda brasileira continua a aproveitar o fluxo de recursos estrangeiros atraído pelo juro alto no mercado local, enquanto investidores continuam a monitorar o noticiário em torno das tensões na Ucrânia.
Ontem (21) o dólar comercial teve baixa de 0,64% e fechou a R$ 5,107 na venda.
Após três quedas seguidas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, revertia a tendência na manhã de hoje (22). Ele subia 1,19%, registrando 113.059,422 pontos por volta do mesmo horário. Ontem, o índice teve desvalorização de 1,02%, fechando a 111.725,297 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Cenário doméstico favorável
A moeda caiu nas últimas seis das sete semanas de negociação completas do ano, e acumula queda de 8,7% em 2022, deixando o real com o melhor desempenho global até agora no período.
Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, disse à Reuters que esse bom desempenho está sendo visto porque "a gente continua com muita atração de moeda estrangeira para o mercado doméstico", citando interesse de investidores internacionais pelo alto patamar dos juros locais e também percepção de algumas oportunidades nas ações brasileiras.
Quanto maior o diferencial de custos de empréstimo entre Brasil e economias desenvolvidas, como os Estados Unidos, maior tende a ser a atratividade do real para estratégias de "carry trade", que tentam lucrar com a compra de divisas que oferecem retornos elevados. A taxa Selic está atualmente em 10,75%, enquanto os juros da maior economia do mundo seguem perto de zero.
Estrategistas do Citi também apontaram o preço elevado das commodities e a redução dos ruídos políticos locais neste início de ano —em parte devido ao recesso legislativo de janeiro— como fatores que explicam a desvalorização recente do dólar frente ao real.
No entanto, "riscos associados a condições monetárias mais apertadas globalmente e riscos domésticos fiscais/eleitorais permanecem no radar, o que pode levar a moeda brasileira a níveis mais fracos, apoiando nossa perspectiva de dólar a 5,54 reais até o fim de 2022", afirmou o banco norte-americano em relatório desta terça-feira.
Rússia-Ucrânia no radar
No exterior, os mercados apresentavam volatilidade neste pregão à medida que acompanhavam os mais recentes desdobramentos no leste europeu. Na segunda-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu duas regiões separatistas na Ucrânia como independentes e enviou tropas para lá no que chamou de operação de manutenção da paz.
Depois dessa notícia, os mercados amanheceram bastante avessos ao risco, mas garantias de Putin de que a Rússia continuará a fornecer gás natural ininterruptamente aos mercados mundiais e a abertura do Kremlin à diplomacia com os Estados Unidos e outros países parecia acalmar momentaneamente os nervos dos investidores.
*Com Reuters
Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.
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