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Gasolina: aumento de preço é o maior em mais de um ano, segundo petroleiros

É a segunda vez neste ano que a Petrobras sobe valor da gasolina e do diesel vendidos em suas refinarias Imagem: Pixabay

Do UOL, em São Paulo

11/03/2022 11h59

Resumo da notícia

  • Aumento de 18,7% da gasolina e de 24,9% do diesel S-10 é o maior desde janeiro de 2021
  • É a segunda vez neste ano que a Petrobras sobe valor da gasolina e do diesel vendidos em suas refinarias
  • Mesmo com reajuste, refinaria privada ainda cobra mais que Petrobras

O aumento de 18,7% da gasolina e de 24,9% do diesel S-10, anunciado ontem (11) pela Petrobras, é o maior reajuste promovido pela estatal desde janeiro de 2021, quando teve início a escalada dos preços dos combustíveis no país. É a segunda vez neste ano que a Petrobras sobe o valor da gasolina e do diesel vendidos em suas refinarias.

O primeiro reajuste foi em 12 de janeiro, com alta de 4,9% no preço da gasolina e de 8,1% no litro do diesel S-10. Com esse novo aumento, a gasolina vai ultrapassar os R$ 7 na média nacional e o diesel poderá chegar ao valor médio de R$ 6,46 nos postos de abastecimento.

Levantamento do Observatório Social da Petrobras (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), aponta que desde janeiro do ano passado o maior aumento havia sido registrado em 19 de fevereiro de 2021. Na época, a gasolina ficou 10,2% mais cara e o diesel, 15,2%. Nesse período, incluindo a alta de hoje, a Petrobras já aumentou 13 vezes o preço da gasolina e 11 vezes o do diesel.

O anúncio do reajuste levou consumidores em várias cidades a formarem filas nos postos de combustíveis para abastecerem os carros antes ainda com preços sem aumento.

Refinaria privada ainda cobra mais

Apesar do novo reajuste, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, privatizada em dezembro do ano passado, continua com os preços acima da média da estatal, segundo o Observatório Social da Petrobras. A Acelen, gestora de Mataripe, vende o litro da gasolina 6,8% e do diesel 2,8% acima da média da Petrobras. Em relação à gasolina, é o maior preço entre todas as refinarias do país.

A gasolina na Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), estava custando 27,4% a mais do que a vendida pela Petrobras antes dos reajustes da estatal. A diferença em relação ao valor do diesel S-10 era de 28,2%.

Ou seja, os reajustes da Petrobras ainda foram inferiores à diferença a favor que havia para a refinaria privada.

Os combustíveis comercializados pela refinaria baiana, privatizada em dezembro de 2021, já tinham anunciado um reajuste no sábado (5), o quinto aumento só neste ano.

Mataripe tem hoje os combustíveis com os preços mais elevados do Brasil, em comparação com as refinarias da estatal, segundo estimativas do Observatório Social da Petrobrás (OSP).

Para comparar, segundo o OSP, a gasolina ao consumidor pode custar na Bahia R$ 7,65. Já o diesel S-10, pode chegar a R$ 6,79.

"A guerra na Ucrânia acentuou o problema, mas o encarecimento da gasolina e do diesel na Bahia já é estrutural com a privatização", diz disse Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

Espaço para segurar os preços

No Golfo do México, que serve como referência para o Preço de Paridade de Importação (PPI), de acordo com o economista, o aumento do valor da gasolina foi de 15% na semana passada.

"Os custos para produzir gasolina e diesel no Brasil não mudaram. O único custo que aumentou foi o pagamento de participações governamentais. A Petrobras pode sim segurar os preços localmente sem que haja prejuízos contábeis. O último resultado, com lucro líquido de R$ 106 bilhões e distribuição de dividendos de R$ 100 bilhões, mostra o quanto de gordura a empresa tem para queimar", disse o economista.

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