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Auditores culpam 'descaso' do governo com a Receita por prorrogação do IR

Sindicato diz que "descaso" do governo levou a atrasos no Imposto de Renda - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Sindicato diz que "descaso" do governo levou a atrasos no Imposto de Renda Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

05/04/2022 18h02Atualizada em 05/04/2022 18h30

O Sindifisco Nacional (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) publicou uma nota rebatendo a Receita Federal, após o órgão ter atribuído a prorrogação do prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda a problemas com a covid-19. Para os servidores, a verdadeira razão seria o "descaso" sofrido pelo órgão nos últimos anos.

Nesta terça, a Receita prorrogou o prazo de entrega de 29 de abril para 31 de maio. É o terceiro ano consecutivo que a Receita adia a data limite para entrega da declaração do IR.

"A Receita Federal insiste em negar que seu funcionamento está extremamente comprometido por um orçamento pífio que não sustenta qualquer projeto e que, se não reposto, finda já nos próximos meses", disse o sindicato.

O Sindifisco também aponta que a falta de concursos públicos teria reduzido em 40% o efetivo de auditores fiscais e que a não regulamentação da Lei 13.464/2017 compromete o trabalho dentro do órgão. A lei reorganizava carreiras, remunerações e gratificações dos auditores.

Para o Sindifisco, a situação seria tão grave que 5.000 auditores fiscais assinaram uma carta se recusando a assumir cargos de chefia, juntos de profissionais do Banco Central, que inclusive já entraram em greve reivindicando reajustes salarias, oferecidos pelo governo federal até o momento, apenas a profissionais policiais.

A nota ainda cita o secretário especial da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, e o fato de ele não ter conseguido sensibilizar o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, para a gravidade e os impactos da mobilização e sua urgência para a solução desses problemas.

A reportagem do UOL procurou o Ministério da Economia, mas não houve uma reposta oficial até a publicação desta reportagem. Em caso de retorno, acrescentaremos à matéria.