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Servidores da CGU e do Tesouro Nacional farão paralisação por aumento

Servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário fazem na Esplanada dos Ministérios, em Brasília - Divulgação/Fonase
Servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário fazem na Esplanada dos Ministérios, em Brasília Imagem: Divulgação/Fonase

Colaboração para o UOL

05/04/2022 17h39Atualizada em 05/04/2022 18h23

Servidores da CGU (Controladoria-Geral da União) e do Tesouro Nacional anunciaram que vão paralisar as atividades para discutir aumento de salário. Enquanto os funcionários do primeiro órgão realizam a primeira paralisação amanhã, os trabalhadores do Tesouro já iniciaram a greve hoje, mas vão retomar os trabalhos até o dia 13, quando ocorrerá uma nova paralisação.

Segundo o comunicado à imprensa, as paralisações foram deliberadas e aprovadas pela maioria dos sindicalizados em assembleias realizadas hoje.

Os servidores da CGU afirmam que as perdas inflacionárias sobre as remunerações podem chegar a 40% neste ano, se não houver um reajuste. Os funcionários do Tesouro Nacional protestam contra a ausência de proposta do governo para a reestruturação da carreira de Finanças e Controle.

Os servidores do Tesouro afirmam que estão dispostos a paralisar semanalmente, com a possibilidade de intensificação do movimento.

"A mobilização da base cresceu e não vai arrefecer enquanto não recebermos proposta que contemple nossa pauta", disse Bráulio Cerqueira, presidente do Unacon Sindical.

O UOL tenta contato com a CGU e o Tesouro Nacional, por meio do Ministério da Economia. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Protestos até julho

Reportagem do UOL mostra que o discurso geral entre esses servidores é de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não pode conceder aumento apenas para policiais federais, como havia sido sinalizado em dezembro.

Categorias ouvidas pelo UOL nos últimos dias disseram que, até julho, a pressão por aumentos vai se aprofundar.

Como este é o último ano do governo Bolsonaro e haverá campanha eleitoral, os servidores estão atentos ao calendário. As principais datas são as seguintes:

  • 2 de abril: até essa data, o governo poderia promover reajustes lineares (para todas as categorias de servidores) ou aumentos para classes específicas, como as dos policiais. Os aumentos poderiam superar a inflação;
  • De 2 de abril a 30 de junho: esse período está dentro dos seis meses que antecedem as eleições, marcadas para 2 de outubro (primeiro turno). Em função disso, pela legislação eleitoral, o governo tem duas alternativas. Primeiro, ele pode promover reajustes lineares apenas para recompor a inflação dos últimos 12 meses. Não seria possível, nesse caso, recompor as perdas inflacionárias desde 2017 ou 2019, por exemplo, como querem algumas categorias. Uma segunda possibilidade nesse período é que o governo promova reajustes para categorias específicas, como policiais federais ou servidores do Banco Central, por exemplo. Como o reajuste não seria linear (para todas as categorias), seria possível até mesmo aumentar salários acima da inflação,
  • 1º de julho: a data marca o início dos últimos seis meses do atual governo. Nesse período, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo não pode elevar as despesas com pessoal.