Kupfer: Privatização da Eletrobras serve para dar 'gol de honra' a Guedes
Colaboração para o UOL, em São Paulo
19/05/2022 09h11Atualizada em 19/05/2022 09h14
Para o jornalista José Paulo Kupfer, colunista do UOL, o governo "está correndo" para privatizar a Eletrobras até o meio do ano por questões políticas, de modo a dar-se um "gol de honra".
"O governo, especialmente Paulo Guedes (ministro da Economia), prometeu R$ 1 trilhão em privatizações, e não conseguiu quase nada nesse campo", disse Kupfer em participação no UOL News - Manhã, programa do Canal UOL.
A Eletrobras aparece como um gol de honra no 7x0 do governo. Com ela, (o placar) vai terminar em 7x1. José Paulo Kupfer, jornalista e colunista do UOL.
Na avaliação do jornalista, o estudo de privatização da Petrobras, encomendado pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que assumiu o cargo este mês, é algo complementar à pressa do governo em retirar-se do controle da Eletrobras por meio de venda de novas ações.
"É uma sinalização (tanto o estudo da Petrobras como a venda de ações da Eletrobras) de que num segundo mandato, se reeleito (Jair) Bolsonaro (PL), o trilhão da privatização, aí sim, iria ocorrer", afirmou.
O jornalista avaliou, contudo que é "absolutamente inconveniente" privatizar a Eletrobras este momento, em ano eleitoral, pois não há garantias de que o governo conseguirá vender ações a um "preço razoável" e salvaguardar o consumidor de aumentos na conta de energia elétrica.
"É melhor tratar disso depois da eleição, num quadro político e institucional mais claro, porque você conseguiria resultados melhores para o governo e para o cidadão contribuinte e consumidor", pontuou.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já deu declarações no sentido de que, se for eleito e a Eletrobras estiver fora do domínio do Estado, irá rever a privatização da companhia.
"Vamos tentar evitar que os Correios sejam privatizados, vamos evitar que a Eletrobras seja privatizada, que o Banco do Brasil seja privatizado", disse Lula no início do mês, durante discurso em Sumaré (SP).
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