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CNM: projeto que limita ICMS sobre combustíveis causará perdas de R$ 15 bi

O projeto será votado na Câmara dos Deputados na próxima semana Imagem: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo*

20/05/2022 19h46Atualizada em 20/05/2022 19h56

A CNM (Confederação Nacional de Municípios) divulgou uma nota hoje para criticar e afirmar que o projeto de lei que limita o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transportes deve acarretar o prejuízo de R$ 15,4 bilhões aos municípios. Pelo texto, os serviços serão classificados como essenciais e, por isso, a alíquota de ICMS será limitada a 17%.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o plenário da Casa votará a pauta na próxima terça-feira (24). Esta semana, a Câmara aprovou a urgência do projeto, o que acelera a sua tramitação. Isso permite que o texto seja votado diretamente no plenário, sem a discussão em comissões.

"Mais uma vez acompanhamos com preocupação projetos avançando em Brasília que trazem impactos expressivos aos Municípios sem que os gestores sejam chamados ao debate ou que seus efeitos na gestão pública sejam minimamente considerados", iniciou a nota da confederação obtida pelo UOL.

O texto aponta o impacto financeiro que a aprovação do projeto trará aos municípios e ainda discorre sobre a relevância do combustível e energia na receita do ICMS do país. "Logo, se a Câmara quer corrigir o problema, não basta reduzir os impostos desses produtos. É preciso eliminar os benefícios que vigoram para centenas de outros [setores]."

A mudança de categoria representa o incentivo ao consumo de energias não renováveis, ao mesmo tempo que impacta consideravelmente o principal imposto arrecadado no Brasil, reduzindo o alcance da execução de políticas públicas. Nos últimos 12 meses, a arrecadação total de ICMS superou R$ 673 bilhões, dos quais R$ 168 bilhões foram transferidos aos Municípios via cota-parte. Nota da CNM (Confederação Nacional de Municípios)

Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, também afirmou que as alíquotas sobre os bens citados no projeto de lei são "elevadas", mas ressaltou que "existem outras saídas que podem ser adotadas pelas autoridades e pelo Congresso Nacional, na medida em que este projeto propõe, mais uma vez, retirar recursos de Estados e Municípios, prejudicando significativamente a prestação de serviços à população".

"Defende-se, assim, que, ao invés dessa medida, se aplique um aumento dos impostos nas empresas petrolíferas que são hoje em dia as que têm obtido os maiores lucros e podem arcar com estes valores em prol de nossa sociedade", finaliza a nota.

Entenda

No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que a cobrança de alíquota de ICMS superior a 17% sobre operações de fornecimento de energia elétrica e serviços de telecomunicações é inconstitucional.

Mesmo assim, o ICMS ainda representa, em média, 21,3% do valor das contas de luz, segundo divulgado pelo Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em audiência pública na semana passada.

Não é a primeira vez que a Câmara analisa projetos sobre a cobrança de ICMS. Em março, em meio à alta no preço dos combustíveis, foi aprovado um projeto de lei para a criação da alíquota única de ICMS em todos os estados. A proposta foi sancionada por Bolsonaro.

A alta dos combustíveis é um dos principais motores da elevação recente da inflação, que está em dois dígitos no acumulado de 12 meses. Os preços desses produtos têm sido reajustados com frequência pela Petrobras nas refinarias da estatal.

*Com Reuters

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