Dólar opera em queda de 1,03%, a R$ 4,866, e Bolsa sobe 0,97%
O dólar comercial operava em queda e a Bolsa em alta na tarde de hoje (20). Por volta das 16h10 (de Brasília) a moeda norte-americana caía 1,03%, negociada a R$ 4,866, a caminho de registrar nova desvalorização semanal, em linha com recente arrefecimento da divisa norte-americana no exterior, enquanto novas medidas de estímulo econômico na China pareciam aliviar o fragilizado sentimento global.
No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, operava com valorização de 0,97%, aos 108.048,35 pontos, também diante de recuperação dos ativos nos mercados internacionais após a decisão na China.
Ontem (19) o dólar comercial teve desvalorização de 1,32%, fechando a R$ 4,917 na venda, e o Ibovespa a 107.005,219 pontos, com valorização de 0,71%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
China corta taxa de juros
A China cortou sua taxa de juros de referência para hipotecas por uma margem inesperadamente ampla hoje, sua segunda redução neste ano, conforme Pequim procura reanimar o setor habitacional e sustentar a economia.
O estímulo vem na esteira de lockdowns prolongados em algumas cidades chinesas, incluindo o centro financeiro de Xangai, conforme o país enfrentava uma nova onda de casos de covid-19. As restrições levantaram temores no mercado nas últimas semanas de que uma desaceleração na segunda maior economia do mundo poderia minar a atividade global, embora um arrefecimento recente no número de casos da doença na China possa levar à suspensão dos bloqueios em breve.
Participantes do mercado receberam bem a notícia de estímulo. Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, comentou que o corte de juros pode elevar esperanças de que a China conseguirá superar a crise que tem enfrentado diante da deterioração da situação sanitária.
Mas Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, viu impacto limitado da medida nos mercados de câmbio, já que a redução ocorreu apenas nos juros de longo prazo —os custos dos empréstimos de prazo mais curto da China ficaram inalterados.
Segundo ela, a queda do dólar tanto nesta sessão quanto na anterior é reflexo do alinhamento do mercado doméstico ao internacional, onde o índice da moeda norte-americana contra uma cesta de rivais fortes recuou nesta semana de picos em duas décadas atingidos mais cedo neste mês, ao mesmo tempo que cedeu bastante terreno contra o euro. "Esse movimento é reproduzido nos mercados emergentes também", explicou.
O grande foco de especialistas em câmbio tem sido a condução das políticas monetárias nas principais economias do mundo. O Federal Reserve, banco central dos EUA, iniciou em março deste ano um ciclo de aperto, que está encabeçando a ritmo mais agressivo que o inicialmente previsto pelos mercados.
No âmbito local, o aval dado nesta semana pelo Tribunal de Contas da União à privatização da Eletrobras teve impacto positivo no câmbio, uma vez que agentes financeiros estrangeiros podem passar a enxergar melhores oportunidades de investimento no Brasil, disse Argenta.
Musk no Brasil
No Brasil, o bilionário Elon Musk está em evento para anúncio do governo federal sobre uso de tecnologia para proteção da Floresta Amazônica. Musk é presidente-executivo da fabricante de veículos elétricos Tesla e da empresa de foguetes espaciais SpaceX.
A agenda macroeconômica está esvaziada, com divulgação apenas de relatório de avaliação de receitas e despesas do segundo bimestre à tarde.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) alertou na véspera que o Executivo deve promover cortes no Orçamento de cerca de R$ 17 bilhões para cobrir despesas e para arcar com a proposta de reajuste de 5% para servidores, que está em análise.
Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.
Com Reuters
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