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Casal cai em golpe e paga mais de R$ 1 mil por bandeja de ovos em SP

A passagem do carro de ovos pela rua do bairro Santa Rosa foi flagrada por uma câmera de monitoramento e a filha do casal postou um alerta nas redes sociais Imagem: Arquivo Pessoal

Maurício Businari

Colaboração para o UOL, em Santos

23/05/2022 22h32

Um casal de Praia Grande (SP) foi vítima de um golpe aplicado por homens que vendiam ovos. O casal comprou uma bandeja com 30 ovos ao valor de R$ 16, mas, ao pagar pela compra com o cartão de débito, o vendedor adicionou, sem que os dois percebessem, R$ 1 mil a mais na cobrança.

Imagens obtidas por uma câmera de monitoramento mostram o carro usado pelos supostos comerciantes, um Gol branco, passando pela rua do casal. O caso, registrado na Delegacia do Guarujá como estelionato, aconteceu no bairro Santa Rosa, no dia 16 de maio. Agna R., 34, estava em casa com o marido, Hebert, 46, quando, por volta do meio-dia, ouviu o anúncio do "carro do ovo".

"Eu ainda tinha ovos em casa, mas como eu gosto de manter sempre o estoque, além da facilidade que é comprar na porta, pedi para o meu marido sair para pegar uma caixa", contou Agna ao UOL. "Ele saiu, e havia dois vendedores atendendo os clientes. Ele escolheu a bandeja e, na hora de pagar, meu marido avisou que seria por cartão, por aproximação".

Mas um dos rapazes, segundo a empresária, alegou que a maquininha que eles usavam não aceitava pagamento por aproximação. O marido então aceitou digitar a senha. Hebert contou à esposa que viu quando o vendedor digitou a quantia R$ 16 — e esse foi o valor que via no visor.

"Eles falavam muito, como se quisessem distrair a atenção do meu marido. Começaram a falar que o carro que estavam usando era provisório, que o carro de entrega estava quebrado. Assim que finalizaram a venda e antes mesmo que meu marido pedisse a notinha, uma vizinha que mora em uma casa em frente à nossa saiu para pedir ovos também. Mas os vendedores deram a partida no carro e pediram para ela esperar, que logo voltariam para atendê-la".

Vizinha ficou esperando

Hebert então voltou para casa, com a bandeja nas mãos. Algum tempo depois, o filho do casal comentou com a mãe que a vizinha continuava em pé, na porta, esperando "o carro do ovo". Nesse momento, percebendo que os vendedores não haviam retornado como prometido, ela teve o impulso de checar a compra no aplicativo do banco no celular.

"Foi aí que eu vi que, em vez de cobrarem R$ 16, tinham cobrado R$ 1.016. Mil reais a mais. Ficamos desesperados, pois esse dinheiro já estava comprometido. Era para pagamento de uma conta. Chegamos a sair pelas ruas do bairro, procurando pelo carro. Eu ainda pensei que podia ter sido um engano, que o rapaz tinha digitado errado. Mas não. Eles já tinham desaparecido".

Hebert imediatamente contatou amigos policiais e contou o que havia acontecido. Enviou também imagens do carro, com a placa visível, e descobriu, então, que o veículo foi visto por volta das 13h45 em outro bairro da cidade.

Ao checar a transação no aplicativo do banco, Agna percebeu que o casal havia sido cobrado em R$ 1 mil a mais pela bandeja de ovos Imagem: Arquivo Pessoal

"Fui fazer o B.O. na delegacia e o delegado me pediu que entregasse um extrato detalhado, para podermos identificar o favorecido. Infelizmente, o pagamento não foi feito por PIX, porque no PIX aparecem os dados detalhados. Foi feito através de débito, no cabeçalho só aparece um código (r-shop) e um nome, que parece ser Priscila".

Agna então entrou em contato com o gerente do banco no qual possui conta e explicou o que havia acontecido. A instituição, segundo ela, solicitou um prazo de 120 dias para que pudesse fazer uma investigação detalhada do ocorrido. "Enquanto isso, teremos que arcar com o prejuízo".

Ovos foram parar no lixo

A empresária afirmou que, depois do que aconteceu, não teve coragem de consumir os ovos comercializados pelos supostos vendedores. "Joguei tudo no lixo. A gente não sabe se poderia ter algo errado com eles. A gente perde a confiança".

A filha do casal chegou a um publicar um alerta em seus Stories no Instagram, alertando sobre o que aconteceu com os pais. Depois da experiência, Agna diz que não sabe ainda se voltaria a consumir produtos comercializados na porta de casa.

"A gente sabe que é uma época difícil, que as pessoas estão precisando de dinheiro, de trabalhar. Aumentou muito o número de pessoas vendendo de porta em porta. Mas quando começa a acontecer esse tipo de coisa, a gente fica com receio".

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