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Processos e baú de ouro: quem é 'Sheik', acusado de golpe em Sasha

Francis Silva, o 'Sheik das criptomoedas', acusado de dar golpe em Sasha Meneghel Imagem: Reprodução

Anahi Martinho

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/06/2022 15h18Atualizada em 30/06/2022 17h33

Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Francis da Silva, ou Sheik, está sendo investigado por lesar Sasha Meneghel e o marido dela, João Figueiredo, em R$ 1,2 milhão.

A filha de Xuxa, no entanto, não foi a primeira vítima de Francis. Há quase dois anos, ele responde a uma ação coletiva no valor de R$ 4 milhões. Mais de 20 investidores de Apucarana, no Paraná, acusam Francis de enganá-los em um esquema de pirâmide.

As vítimas afirmam que Silva, por meio de uma empresa chamada Forcount, captou dinheiro, investiu em um ativo digital e sequestrou os recursos, devolvendo para eles uma criptomoeda falsa, chamada Mindexcoin, que não tem valor algum no mercado e não é encontrada em corretoras.

Um trecho do processo, publicado pelo Portal do Bitcoin, afirma que a empresa de Sheik operava no esquema de 'pirâmide financeira', "se valendo da inocência dos investidores, em sua maioria pessoas simples e sem familiaridade com o ambiente de investimentos em bitcoins."

Segundo o jornal O Globo, a filha de Xuxa e seu marido conheceram Francis em um culto da igreja evangélica que frequentam. O casal teria feito vários investimentos, que ultrapassaram o valor de R$ 1 milhão.

Sasha e o marido conheceram Francis na igreja evangélica que frequentam Imagem: Reprodução/Record

Lucro de 13,5%

Francis é apontado como sócio de centenas de empresas, entre elas a Rental Coins, aberta em janeiro de 2019, através da qual captou o dinheiro de Sasha.

O site da Rental Coins afirma ter mais de 20 mil clientes e promete rendimentos em valores fora da prática de mercado, de 8,5% a até 13,5% de lucro em cima da quantia investida no aluguel de criptomoedas.

Segundo O Globo, além das promessas de alto lucro, Francis usava baús de ouro para atrair investidores. Duas caixas-fortes, uma contendo barras de ouro de 1 kg e outra com os chamados "zelts", bolinhas de 10 gramas de ouro, eram expostas para os interessados em "investir" no esquema. Os baús eram exibidos na sede da empresa, em Curitiba.

Além da Rental Coins, Francis também foi sócio do pastor Silas Malafaia na empresa AlvoX Negócios.

No perfil da AlvoX no Instagram, com 7,5 mil seguidores, há comercialização de itens aleatórios, como perfumes, suplementos alimentares, palestras sobre investimentos e até viagens de cruzeiro. Ao O Globo, Malafaia negou que a empresa teria qualquer relação com criptomoedas.

Funcionário sofreu atentado

Em abril de 2021, um funcionário de uma das empresas de Francis, a Compralo, sofreu uma tentativa de homicídio em Curitiba. Guilherme Grabarski, de 24 anos, diretor-executivo da Compralo, foi atingido por quatro tiros, um deles na cabeça, mas sobreviveu.

À época, o delegado à frente do caso afirmou que o crime foi encomendado e que poderia ter ligação com fraudes em investimentos. Francis também é dono de empresas como a InterArg, a Intergalaxy e a Wolkeb Club, todas com foco em investimentos em blockchain, carteiras digitais e "marketing de relacionamento multinível".

Ao O Globo, Francis disse que as empresas de seu grupo estão passando por uma reestruturação e, por isso, teria atrasado os pagamentos.

Ainda segundo a publicação, o "Sheik" entrou no foco da Polícia Federal em um inquérito que investiga a suspeita de crime contra o sistema financeiro nacional.

'Reestruturação'

Há três meses, Francis deu uma entrevista ao "Jornal da Record" em que justificava novamente os atrasos nos pagamentos dizendo que a Rental Coins passava por uma reestruturação. "Tivemos problemas com alguns saques em alguns meses, mas tudo já está sendo colocado em dia", afirmou.

Uma das vítimas conseguiu na Justiça o bloqueio de R$ 200 mil da Rental Coins, enquanto outra, que deu entrevista anônima à emissora, afirmou ter perdido R$ 600 mil.

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