Dólar opera em queda de 1,52%, a R$ 5,34; Bolsa sobe 2%
O dólar comercial operava em queda no início da tarde desta quinta-feira (7), depois de uma sequência de altas que levou a moeda norte-americana ao maior patamar desde janeiro deste ano. Por volta das 12h15 (horário de Brasília), a divisa caía 1,52%, vendida a R$ 5,34.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) também operava em alta, retornando ao patamar dos 100 mil pontos. No mesmo horário, o índice subia 2,09%, aos 100.781,71 pontos.
Na véspera, o dólar subiu 0,61% e fechou cotado a R$ 5,422. Já o Ibovespa subiu 0,43%, aos 98.718,98 pontos.
Especialistas analisam que o movimento acompanha o alívio no mercado financeiro global, que temia recessão.
Alívio pontual
Também havia no mercado sinais de esfriamento na demanda por títulos soberanos dos Estados Unidos, cujos rendimentos avançavam no dia. Os retornos da dívida norte-americana haviam despencado nos últimos dias diante de movimento internacional de fuga para a segurança, em meio a temores de que um aperto monetário rígido pelo Federal Reserve derrubará a economia numa recessão.
Sinal do alívio no sentimento global nesta quinta-feira, várias divisas de países emergentes ou sensíveis às commodities —como pesos mexicano, chileno e colombiano, rand sul africano e dólar australiano— apresentavam ganhos nesta sessão, acompanhando a recuperação dos preços de produtos como o petróleo, que haviam tombado mais cedo na semana.
"Os temores de recessão global estão pesando sobre os preços das commodities, o que enfraqueceu o real brasileiro. Mas o quadro subjacente é positivo e nosso valor justo permanece de dólar a 4,50 reais", disse em postagem no Twitter Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF).
O valor justo de uma moeda refere-se a uma cotação que corresponderia mais fielmente aos fundamentos econômicos de seu país, sem influência de distorções do mercado.
Como justificativa para esse cenário, Brooks citou uma mudança estrutural global para preços mais altos de commodities, apesar de sua queda pontual recente, e a relativa estabilidade política do Brasil quando comparado a alguns pares emergentes de regimes políticos autoritários. "Qualquer democracia é melhor que uma autocracia", disse ele.
Depois de cair quase 15% contra o real no período de janeiro a março, o dólar teve recuperação expressiva no segundo trimestre e agora precisa se valorizar apenas 3,2% para devolver totalmente as perdas acumuladas em 2022.
*Com Reuters
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