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Jornal: Recenseadores sofrem assédio e ameaças em entrevistas do Censo

Censo teve início em agosto e IGBE estimula moradores a receberem os recenseadores - Divulgação
Censo teve início em agosto e IGBE estimula moradores a receberem os recenseadores Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/08/2022 18h41Atualizada em 18/08/2022 18h41

Recenseadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estão sofrendo assédio verbal e ameaças durante as entrevistas para o Censo 2022, iniciadas no dia 1º de agosto, mostra reportagem do jornal O Estado de S. Paulo hoje.

Relatos em grupos nas redes sociais mostram um aumento de casos hostis e até agressões físicas aos profissionais em diferentes regiões do país nos últimos dias.

O IBGE selecionou mais de 200 mil recenseadores para visitar cerca de 70 milhões de domicílios, mas muitos estão com dificuldade em obter confiança dos entrevistados.

Além de insegurança ou dúvidas sobre a legitimidade do profissional que tenta fazer o questionário do Censo 2022, perguntas sobre o sexo, raça ou número do CPF deixam as pessoas exaltadas.

"Um homem quase me bateu quando perguntei o sexo dele; já saiu gritando comigo e me perguntando que tipo de pergunta é essa, porque ele é muito macho", contou uma recenseadora em grupo online citado pelo jornal.

Há também relatos de casos de assalto aos equipamentos dos recenseadores e perseguição pessoal.

"Não sei como, mas a pessoa achou meu número pessoal e ligou às nove da noite me insultando, dizendo que ia mandar me prender, que não ia responder o censo porque ela não era vagabunda e não devia nada para o governo", disse ao Estadão um recenseador do Maranhão.

O homem tinha ido pela quarta vez ao domícilio dessa pessoa — conforme orientação do IBGE no caso de recusa ou ausência de moradores — e, na última, deixou uma notificação pedindo que o cidadão entrasse em contato para responder ao censo.

Em nota ao jornal, o IBGE afirmou que situações de violência contra os recenseadores são "casos isolados" e a orientação é, após comunicar um supervisor, registrar um boletim de ocorrência para quaisquer atos agressivos.

O órgão também destacou que responder aos questionamentos do censo é obrigatório, conforme previsto em lei federal.