Haddad toma posse e promete compromisso com as contas públicas
Do UOL, em Brasília e São Paulo
02/01/2023 10h08Atualizada em 02/01/2023 12h19
A posse de Haddad como ministro da Fazenda em cinco pontos:
- Ele se comprometeu a enviar, ainda no primeiro semestre, a proposta de uma nova âncora fiscal, em substituição ao teto de gastos.
- Criticou a forma como a gestão anterior fez a transição de governo e chamou de "indefensável" o comportamento de Jair Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão por não passarem a faixa para Lula.
- Chamou integrantes do governo anterior de "irresponsáveis" por contrariar a recomendação de técnicos em atos na política econômica no ano passado e falou em "reconstruir a casa".
- Disse que é preciso fazer o país voltar a crescer com sustentabilidade e responsabilidade, citou o combate à inflação e prioridade social.
- Paulo Guedes, antecessor do petista, não compareceu à cerimônia.
O petista leu um discurso, mas improvisou diversas vezes — em uma das ocasiões, fez menção ao posto Ipiranga, apelido dado por Bolsonaro a Guedes.
Haddad disse que agora há uma "rede de postos" — o antigo Ministério da Economia foi desmembrado e agora há quatro pastas que cuidam do tema — além da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio e Gestão.
O ministro lembrou ainda que, na sexta-feira (30), o governo assinou um decreto — revogado hoje — que cortava à metade as alíquotas de tributos pagos por grandes empresas, em medida que poderia ter impacto de R$ 5,8 bilhões nas receitas em 2023.
Foram capazes de publicar no Diário Oficial dois decretos que darão mais de R$ 10 bilhões de prejuízo aos cofres públicos. Esses são os patriotas que deixam o poder. Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Destaques do discurso de Haddad
Não estamos aqui para aventuras. Estamos aqui para assegurar que o país volte a crescer para suprir as necessidades da população em saúde, educação, no âmbito social e, ao mesmo tempo, para garantir equilíbrio e sustentabilidade fiscal.
Com a posse do presidente Lula, dos ministros e demais membros do novo governo, põe-se fim a 4 anos de um terrível pesadelo. E damos início a um novo ciclo de esperança, trabalho, respeito e paz no Brasil.
Estamos mais próximos da necessidade de reconstruir uma casa do que simplesmente arrumá-la.
Com objetivo exclusivamente eleitoreiro, acabaram com filtros de seleção de beneficiários dos programas de transferência de renda, comprometendo a austeridade desses programas.
Estamos falando, portanto, de um rombo de cerca de 300 bilhões de reais, provocado pela insanidade.
Assumo com todos vocês o compromisso de enviar, ainda no primeiro semestre, ao Congresso Nacional, a proposta de uma nova âncora fiscal, que organize as contas públicas, que seja confiável, e, principalmente, respeitada e cumprida.