Kennedy: Lula critica Lemann e demonstra preocupação com Americanas
Em participação no UOL News desta quinta-feira, o colunista Kennedy Alencar comentou sobre a entrevista exclusiva que fez com o presidente Lula (PT) para o É Notícia, programa que estreia hoje na RedeTV!. Kennedy destacou que, na conversa, Lula criticou Jorge Paulo Lemann devido ao rombo de R$ 43 bilhões nas Americanas.
Aí não é nem pedalada, é motociata. Eu acho que a gente é pequeno, a gente aprende que 'nada como um dia atrás do outro'. Esse Lemann era vendido como o suprassumo do empresário bem-sucedido no planeta Terra. Ele era o cara que financiava jovens para estudarem em Harvard para formar um novo governo. Era um cara que falava contra a corrupção todo dia. E depois ele comete uma fraude que pode chegar a R$ 40 bilhões Lula, em entrevista a Kennedy Alencar
O petista também relacionou o caso das Americanas com as revelações em 2017 sobre o empresário Eike Batista, envolvido em dívidas e em supostas propinas. Durante a conversa, Lula ainda citou o suposto rombo bilionário da Ambev.
Segundo a coluna Radar Econômico, da Veja, a empresa é acusada de um rombo de R$ 30 bilhões em manobras tributárias pela CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja). Ao UOL, a Ambev diz que "as acusações da Cervbrasil não têm qualquer embasamento".
Agora me parece que está chegando na Ambev também. É o seguinte: vai acontecer o que aconteceu com Eike Batista. As pessoas vendem uma ideia que eles não são, na verdade. O que eu fico chateado é que qualquer palavra que você fala na área social, [...] o mercado fica nervoso, fica muito irritado. E, agora, um deles joga fora R$ 40 bilhões de uma empresa que parecia ser a empresa mais saudável do planeta. E esse mercado não fala nada, fica em silêncio. Por que tanto amor pelos grandes e tanto desinteresse pelos menores? Lula, ao comentar caso Americanas
"Calculamos todos os nossos créditos tributários estritamente com base na lei. Nossas demonstrações financeiras cumprem com todas as regras regulatórias e contábeis, as quais incluem a transparência do contencioso tributário. A Ambev está entre as cinco maiores pagadores de impostos no Brasil", diz a empresa.
Entenda a crise das Americanas
No dia 20, a Justiça aceitou o pedido de recuperação das Americanas, que declararam estar devendo R$ 43 bilhões a mais de 16 mil credores. Nesta quarta, o administrador judicial elevou a dívida da companhia para R$ 47,9 bilhões.
Os principais acionistas das Americanas S.A. —os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira— disseram que pretendem manter o "bom funcionamento" das lojas, do site e de todas as marcas das quais a empresa é dona, segundo a companhia.
- 11 de janeiro: o então presidente Sérgio Rial revelou um rombo de R$ 20 bilhões no balanço das Americanas e renunciou.
- Segundo a empresa, menos de seis horas depois da divulgação do problema, credores já haviam cobrado o pagamento antecipado das dívidas, "fechando as portas para qualquer tipo de negociação".
- 13 de janeiro: a Justiça do Rio de Janeiro deu 30 dias para que as Americanas decidissem se pediriam recuperação judicial, protegendo temporariamente a empresa dos credores.
- Em paralelo, agências de classificação de risco rebaixaram a nota das Americanas. Na S&P, a varejista passou para "D", de "default" (calote).
- 18 de janeiro: o BTG Pactual conseguiu na Justiça bloquear R$ 1,2 bilhão das Americanas. Outros bancos também iniciaram uma batalha jurídica contra a varejista.
- 19 de janeiro: pela manhã, a empresa disse ter apenas R$ 800 milhões em caixa. À tarde, protocolou um pedido de recuperação judicial, declarando dívidas de R$ 43 bilhões com 16.300 credores.
- A Justiça do Rio aceitou o pedido no mesmo dia, e determinou que os bancos Votorantim, Bradesco, Safra e Itaú sejam intimados a cumprir a liminar do dia 13, que protegia as Americanas.
- A empresa agora tem 60 dias para apresentar o seu plano de recuperação judicial e para demonstrar a sua viabilidade econômica.
- 21 de janeiro: em comunicado aos consumidores, as Americanas negam que vão falir e dizem seguir operando "normalmente".
A entrevista completa de Kennedy Alencar com o presidente Lula vai ao ar hoje às 23h15.
O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em três edições: às 8h, às 12h e às 18h. O programa é sempre ao vivo.
Quando: de segunda a sexta, às 8h, às 12h e 18h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja a íntegra do programa:
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