Como organizar o seu bolso para se livrar das dívidas em 5 passos

Sair do vermelho é um desafio quando os juros estão altos e os boletos não param de chegar. Mesmo parecendo um beco sem saída, com algumas atitudes é possível organizar as finanças. Veja dicas para se livrar das dívidas.

1) Por onde começar?

Em primeiro lugar, liste suas dívidas. Quais são os contas e boletos que precisam ser pagos? Qual a minha renda mensal? São respostas que devem ser colocadas no papel. Liste o que está devendo e para quem, incluindo informações como valor, prazos e número de parcelas.

Saiba qual é sua renda e quais são seus custos mensais. Ou seja, quanto ganha por mês e quais as suas contas fixas. Assim, é possível visualizar o dinheiro que entra e sai. Entender o que gerou o endividamento é ter em mente o que não se pode mais fazer, diz Renato Costa, educador financeiro do Sicoob.

2) Faça o planejamento financeiro

Saiba onde vai gastar - e onde vai cortar. O planejamento financeiro deve contar com o que é extremamente necessário: aluguel e contas da casa, por exemplo. Isso porque, após mapear o seu orçamento, você deve planejar onde vai gastar o seu dinheiro, diz Rhamon dos Santos, consultor financeiro e fundador da Santos Finanças.

Você deve reduzir os gastos não essenciais. É o caso de serviços de streaming e delivery, saídas para almoço e viagens de lazer.

Também vale economizar na energia elétrica e optar pelos produtos mais baratos no mercado. Economias que parecem superficiais fazem muita diferença a longo prazo. Ou seja, para se livrar das dívidas, é preciso não fazer mais dívidas.

Mas não elimine por completo seus momentos de lazer. Vale diminuir a frequência e optar por atividades sem custo, afinal, ninguém é de ferro.
Renato Costa, educador financeiro do Sicoob

3) Qual conta pagar primeiro?

Organize suas contas em atraso por ordem de prioridade. Rhamon dos Santos aconselha começar pelo o que prejudica mais o seu bolso. Ele diz que, se não fez as dívidas ao mesmo tempo, não tem porque pagar todas ao mesmo tempo e, sim, ir quitando uma por uma.

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Um caminho também é trocar as dívidas com juros altos por outras com juros menores. Segundo o educador financeiro do Sicoob, usar o limite de cheque especial gera juros diários. Ao realizar o parcelamento total do limite, poderá manter uma prestação fixa e com uma taxa de juros mais baixa.

Outra opção é o parcelamento da dívida total do cartão de crédito em vez de pagar sempre o valor mínimo. Aqui, o parcelamento geralmente é mais vantajoso para fugir dos juros altíssimos desta modalidade, que atualmente passam de 450% ao ano.

4) Hora de negociar as dívidas

O passo seguinte é entrar em contato com sua instituição financeira ou demais credores. Explique sua situação e quais as suas condições para honrar os pagamentos sem atrasar.

Tenha clareza e segurança durante a conversa. Argumente que quer pagar o que é justo, e não com a taxa de juros acumulada, diz o consultor financeiro. Também é do interesse do credor que a dívida seja paga. É válido ser sincero no quanto consegue pagar e somente aceitar um valor que caiba no seu bolso, sem esquecer que precisa sobreviver e que imprevistos podem acontecer, diz Renato Costa.

Negociação da dívida não é imediata. Não deixe passar nenhuma dúvida sobre a proposta que você vai fechar com os bancos e credores, como juros e prazos. Tenha paciência com o processo de negociação, que pode ser bem demorado.

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Não é uma boa ideia deixar para pagar bem depois. Você pode, sim, renegociar a dívida com descontos. Mas o melhor é sempre fazer o pagamento à vista e evitar que seu nome fique cheio de restrições no SPC, Serasa e Banco Central.

Procure programas para renegociar dívidas. Um exemplo é o novo programa do governo federal, o Desenrola Brasil. Ele será voltado para renegociar certas dívidas de até R$ 5.000 de pessoas físicas. Devedores poderão consultar as dívidas que se enquadram no programa. Empresas devem oferecer descontos para os devedores, e o governo vai organizar um leilão online para determinar o tamanho dos descontos.

5) Busque uma renda extra

Se suas dívidas ainda parecerem assim mesmo não ter fim, busque uma renda extra. A dica é procurar ofertas de trabalho em horários alternativos. Vender comidas caseiras e roupas que não usa mais, freelas na sua área de atuação e até serviços por aplicativos são algumas opções.

E destine o dinheiro que conseguir para as dívidas. Vale fazer um sacrifício por um período determinado, até as coisas normalizarem.

Depois de se reerguer das dívidas, pode voltar a gastar com lazer e outras coisas que abriu mão nesse meio tempo.
Rhamon dos Santos, consultor financeiro e fundador da Santos Finanças

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