'Tem empresário que acha que não tem que existir sindicato', critica Lula

Lula (PT) voltou a defender hoje o fortalecimento de sindicatos durante o lançamento de uma parceria com Joe Biden, presidente dos EUA, em Nova York, e criticou empresários que não apoiam essa forma de organização dos trabalhadores.
O que disse Lula?
"Tem empresário que acha que não tem que existir sindicato, o que eu acho uma ignorância, porque o sindicato é a voz do trabalhador na mesa de negociações", disse o presidente em breve entrevista a jornalistas. "É verdade que os trabalhadores vão ganhar um percentual a mais, mas vão consumir os produtos fabricados pelos próprios empresários, que vão receber o aumento de volta vendendo os seus produtos", continuou.
"Plataformas [digitais] contratam as pessoas quase como em trabalho escravo". Lula mencionou o trabalho de aplicativos e disse que entregadores "às vezes não tem banheiro para ir, precisam trabalhar de fraldão".
"É inimaginável que nesse mundo todo digitalizado, todo moderno, o ser humano seja tratado como escória, como se não merecesse respeito", disse Lula ainda sobre o trabalho por aplicativos.
Parceria não é programa com orçamento, mas sim iniciativa para ser debatida em fóruns internacionais, explicou Lula. Em declaração conjunta com Joe Biden mais cedo, o brasileiro disse que irá levar o tema à cúpula do G20 no próximo ano e elogiou a relação do democrata com os sindicatos dos EUA.
Vou discutir com todos os governantes que eu conversar para que a gente possa estabelecer um pacto, que possa ser aprovado uma coisa em um fórum como o G20, em que todos vamos cuidar de não permitir que o povo que trabalha seja vítima da insensatez do povo que quer lucro.
"Sabemos que nem todo trabalhador quer carteira profissional assinada". Lula ponderou a respeito de empreendedores e afirmou que é necessário ter uma defesa do "mínimo de seguridade social" em momentos que "as coisas vão mal": "É preciso que apareça a figura do Estado tentando dar uma solução para isso", completou.
Entenda a parceria
A parceria visa estreitar a colaboração entre os governos, centrais sindicais e a OIT (Organização Internacional do Trabalho), com foco em "desenvolvimento inclusivo, sustentável e amplamente compartilhado com todos os trabalhadores e trabalhadoras".
Nas diretrizes da parceria, o governo cita a necessidade de "ampliar o conhecimento público sobre os direitos trabalhistas e oferecer oportunidades para que os trabalhadores e trabalhadoras se capacitem para defender seus direitos".
Também há interligação com a temática climática a fim de garantir que "a transição para fontes limpas de energia proporcione oportunidades de bons empregos para todos e todas".
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