Horário de verão vai voltar? Quem defende retomada e quem é contra a medida
Suspenso desde 2019 pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o horário de verão voltou a ser assunto.
Neste primeiro ano do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, setores da economia, como o comércio, pedem a volta da medida, enquanto o Ministério de Minas e Energia sinaliza que a inciativa não deverá ser retomada em 2023.
O horário de verão adianta o relógio em uma hora com o objetivo de aproveitar o maior período de luz solar durante a época mais quente do ano e, assim, poupar energia elétrica. Contudo, hoje ele divide opiniões.
Confira a seguir argumentos contra e a favor da retomada.
O que o governo federal alega para não retomar o horário de verão
Até o momento, o MME (Ministério de Minas e Energia) diz não haver necessidade de implementação do horário de verão no Brasil neste ano.
"Em virtude do planejamento seguro implantado pelo ministério desde os primeiros meses do governo, os dados não apontam, até o momento, para nenhuma necessidade de implementação do horário de verão", diz nota do ministério.
No ano passado, logo após ser eleito, o presidente Lula utilizou as redes sociais para questionar a população sobre a volta do mecanismo. Ele abriu uma enquete e perguntou: "O que vocês acham da volta do horário de verão?"
O "sim" teve 66,2% dos votos na enquete do presidente, contra 33,8% de pessoas contrárias ao horário de verão e que votaram "não".
Por que bares e restaurantes querem volta do horário de verão
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) pediu ao governo federal a volta do horário de verão.
A associação alega que a medida, caso seja retomada, geraria crescimento no faturamento entre 10% e 15%.
No momento em que o setor ainda se recupera dos prejuízos causados pela pandemia, a implementação da medida beneficiaria um setor que gera renda direta para mais de 7 milhões de brasileiros e tem cerca de 1,5 milhão de empreendimentos no país" Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
A associação acrescenta que o horário de verão movimentaria outros setores da economia, principalmente o comércio e o turismo, "uma vez que os turistas tendem a aproveitar melhor os destinos, estendendo suas atividades até mais tarde".
O retorno do horário de verão proporcionaria mais tempo de luz natural durante os dias, o que favorece o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, além de trazer mais movimento e segurança às cidades de um modo geral", diz Paulo Solmucci, presidente da Abrasel
A história do horário de verão
O horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 pelo então presidente Getúlio Vargas
A partir de 1967, deixou de ser adotado e foi retomado apenas na década de 1980, devido a problemas de produção de energia nas hidrelétricas. Na época, não era padronizado e variava em duração e data todos os ano
A iniciativa foi regulamentada somente em 2008 durante o governo Lula, quando se tornou permanente, adotada em todos os verões
Contudo, mudanças nos hábitos do consumidor e avanço da tecnologia reduziram a relevância da economia de energia ao longo dos anos
O horário de verão era aplicado em 10 estados mais o Distrito Federal: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
Não é invenção brasileira: é adotado por vários países e regiões do mundo
A ideia original é do político e cientista norte-americano Benjamim Franklin, no ano de 1784, e foi inicialmente adotada somente no início do século 20, durante a Primeira Guerra Mundial, pela Alemanha, país que precisava economizar os gastos com carvão mineral