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'R$ 15 mil do Auxílio-Brasil': Quem pode receber indenização por vazamento?

Imagem: Fernando Salles/W9 Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

23/10/2023 05h00

O Instituto Sigilo (Instituto Brasileiro de Defesa da Proteção de Dados Pessoais, Compliance e Segurança da Informação) lançou um portal destinado a permitir que beneficiários do extinto Auxílio Brasil verifiquem se seus dados pessoais foram comprometidos e se têm direito a indenizações.

No mês passado, um tribunal federal determinou que cada pessoa afetada pelo vazamento deveria receber R$ 15 mil, embora esta decisão ainda possa ser contestada e não haja garantia de pagamento.

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  • A ação judicial

O Instituto Sigilo moveu uma ação relacionada ao vazamento de dados, alegando que informações de aproximadamente 4 milhões de pessoas que receberam o Auxílio Brasil em 2022 foram vazadas. Os dados vazados incluem informações de pessoas de mais de 4 mil municípios, e o Ministério Público Federal afirma que esses dados foram ilegalmente divulgados a correspondentes bancários, que os utilizaram para oferecer empréstimos e outros produtos financeiros.

Em setembro, a 1ª Vara Cível Federal de São Paulo acatou o pedido do Instituto Sigilo e determinou o pagamento de R$ 15 mil a título de danos morais a cada indivíduo afetado. A União, a Caixa Econômica Federal, a Dataprev e a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) foram designadas como responsáveis pelo pagamento. No entanto, a Caixa Econômica Federal recorreu da decisão, como afirmado em comunicado oficial.

A Caixa nega veementemente o vazamento de dados e afirma que não identificou nenhuma falha em sua custódia de informações, garantindo a manutenção da integridade de seus dados e a segurança de seus sistemas do Cadastro Único, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

O Auxílio Brasil, lançado durante o governo Bolsonaro em 2021, foi posteriormente extinto pelo presidente Lula, sendo substituído pelo programa Bolsa Família, com novas diretrizes em 2023.

  • Como fazer a consulta

Os beneficiários podem acessar o portal em sigilo.org.br e clicar na opção "Conferir se tenho direito", localizada no início da página. Será necessário fornecer informações, incluindo nome completo, e-mail, CPF e número de telefone, bem como concordar com os termos de privacidade e uso do site.

A consulta indicará se a pessoa está listada na base de dados supostamente comprometida e se ela é elegível para receber uma indenização. É importante notar que isso não implica pagamento imediato, pois o processo ainda não foi concluído. O portal tem como principal objetivo informar às pessoas se têm direito a indenizações, para que possam manifestar interesse no processo.

  • Pagamento não é garantido

A indenização não possui garantia de pagamento, uma vez que o Instituto Sigilo não é responsável por efetuar os pagamentos. Se a decisão de indenização for mantida, cada beneficiário cujos dados foram vazados deverá buscar a execução da sentença ao término do processo, com auxílio de um advogado.

O Instituto Sigilo não revelou como obteve acesso à suposta base de dados vazados, embora afirme que as informações coincidem com as dos brasileiros cadastrados no site. Segundo o site, 471 mil pessoas são elegíveis para indenização.

A organização planeja entrar em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para cadastrar advogados em todo o país, fornecendo assistência aos associados do instituto para receber a indenização.

Devido a várias opções de recursos legais, o resultado da ação é incerto, e um pagamento representaria um precedente único no país.

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