Quem é ex-bilionário que faliu empresa de cripto e pode ficar 40 anos preso
Leandro Carneiro
Colaboração para o UOL, em São Paulo
18/03/2024 14h05
A promotoria dos Estados Unidos quer prisão de 40 a 50 anos para o ex-bilionário Sam Bankman-Fried, 31. Ele é acusado de provocar um prejuízo de US$ 8 bilhões (R$ 39,9 bilhões) aos seus 15 milhões de clientes. Esta é considerada uma das maiores fraudes financeiras da história dos EUA. Bankman-Fried está preso desde agosto do último ano. Ele já encarou o júri em novembro de 2023 e foi condenado por sete crimes. A sentença final deverá ser decidida até o fim do mês.
O que aconteceu?
Bankman-Fried transformou a FTX, uma pequena startup que cofundou em 2019, na segunda maior plataforma de troca de criptomoedas do mundo. Mas, em novembro de 2022, ela se tornou incapaz de lidar com os saques dos clientes.
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A plataforma de criptomoedas pediu falência em 2022, e o CEO renunciou ao cargo. A queda vertiginosa da FTX abalou o mundo das criptomoedas, já que ela era considerada a segunda maior plataforma de criptomoedas do mundo, avaliada em aproximadamente 32 bilhões de dólares.
Um dos motivos foi o fato de Bankman-Fried ter usado esse dinheiro em investimentos de risco. Foi o que testemunharam alguns ex-executivos da FTX em julgamentos. Também alegaram que ele foi fundamental em todas as decisões que fizeram US$ 8 bilhões da plataforma desaparecerem. Caroline Ellison, ex-diretora executiva da Alameda e ex-namorada de Bankman-Fried, também é testemunha no processo e disse que eles roubaram US$ 14 bilhões (R$ 69,9 bilhões) dos clientes para investimentos de risco, contribuições políticas e na compra de mansões nas Bahamas.
No processo, Bankman-Fried admitiu ter cometido alguns erros em sua empresa, mas negou ter enganado os clientes.
Em novembro de 2023, ele havia sido condenado por júri, e poderia enfrentar até 115 anos de prisão. A sentença final deve ser decidida até o final deste mês. "Sam Bankman-Fried cometeu uma das maiores fraudes financeiras da história americana", declarou à época o promotor federal de Manhattan, Damian Williams, após a leitura do veredito. "Um esquema multibilionário projetado para torná-lo o rei da criptografia."
Quem é Bankman-Fried?
Formado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e bilionário antes dos 30 anos, Bankman era trader na Jane Street Capital antes de abrir o próprio negócio. Em 2017, ele começou a Alameda Research, empresa de criptomoedas. Seu escritório era em dois quartos de Airbnb, na Califórnia.
Em 2019, o ex-bilionário deu um salto e fundou a FTX, uma plataforma de negociações de criptomoeda. Como não entendia do assunto, seu primeiro objetivo era vender a empresa em poucos meses. Ele não fez isso e viu a empresa valorizar ao ponto de, em janeiro de 2022, estar avaliada em US$ 32 bilhões, com investidores como a BlackRock.
Com a crise da empresa, ele conseguiu perder, em um só dia, 94% de seu patrimônio. Lembrando que, no auge, ele chegou a ter US$ 15 bilhões (R$ 74,33 bilhões), segundo a Bloomberg. Ele morava em uma mansão de US$ 35 milhões nas Bahamas, com nove outros funcionários da FTX.
Famosos caem no golpe
Com o sucesso da empresa, Bankman-Fried usou famosos para divulgar ainda mais a FTX. Gisele Bündchen e Tom Brady, um dos casais mais badalados da época, tinham acordo para promover a startup.
Mas a lista é ainda mais extensa e conta com grandes nomes do esporte como Stephen Curry e Lewis Hamilton. Na parte de entretenimento, o ex-bilionário usou Katy Perry e Larry David em suas campanhas.