Grupo Veste: 'Qualidade é nosso diferencial contra roupas da China'
Alexandre Garcia
Colaboração para o UOL, de São Paulo
09/04/2024 04h00
O Grupo Veste, dono das marcas Dudalina, Le Lis, John John e BO.BÔ, cita a qualidade dos produtos como um diferencial da marca contra o avanço das varejistas chinesas. É o que diz Alexandre Afrange, CEO da empresa, em entrevista ao "UOL Líderes", videocast do UOL Economia.
O que ele disse
Foco na qualidade. Sem estimar o tempo exato de vida útil das peças produzidas pelo grupo, o executivo contou que recebe relatos de clientes com o mesmo modelo há mais de 15 anos no guarda-roupa.
Relacionadas
Um dos nossos focos está na qualidade, um dos diferenciais para essas plataformas chineses, que têm esse 'ultra fast fashion', no qual você compra a mercadoria, usa e aquilo vira um resíduo. Nossas peças são produzidas com muita qualidade e têm uma durabilidade grande.
Alexandre Afrange, CEO da Veste
É possível aprender com as plataformas. Na entrevista, Afrange disse avaliar o avanço de plataformas como a Shein para absorver os pontos positivos para as marcas da Veste. Ele destacou a necessidade de compreender melhor o processo de produção de grandes volumes de peças, mas disse não observar a qualidade como ponto central do modelo de negócios.
Preço elevado
Consumidor de alta renda. O executivo contou que as marcas do Grupo Veste são direcionadas para consumidores com poder aquisitivo maior. Ele negou que os preços das peças sejam altos e justificou que os valores são condizentes com todas as etapas de produção e o público-alvo da empresa.
Dependemos de matéria-prima importada, que adiciona o valor do dólar na composição dos preços, e toda a fabricação do produto não é barata. Temos uma legislação trabalhista forte, seguida à risca por nós, uma tributação importante. Esses fatores fazem com que o produto tenha um preço que entendo como justo para o nosso público.
Alexandre Afrange, CEO da Veste
Plataformas chinesas não afetam as vendas. O público-alvo de alta renda também é lembrado por Afrange ao mencionar que o Remessa Conforme, programa do governo federal que isenta a importação de mercadorias de até US$ 50, não afeta o negócio da Veste.
Reestruturação
Nova fase. Após enfrentar um período de crise, com dívidas na faixa de R$ 1,5 bilhão, a Veste aposta em uma reestruturação. O processo é marcado pela reforma das lojas físicas e a definição de grupos específicos de trabalho para cada uma delas.
Reestruturação tem dado resultado. O novo modelo de negócios é focado na recuperação das características individuais das marcas e já resultou em bons números, com o faturamento de R$ 1,4 bilhão em 2023.
A marca é um organismo vivo e precisa focar no cliente para qual ela foi desenvolvida. Se você tem uma pessoa que tem um olhar horizontal, é capaz de ela bagunçar o conceito de uma marca para outra e deixar tudo muito parecido.
Alexandre Afrange, CEO da Veste