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Starlink: quem é a empresa do bilionário Elon Musk que acumula polêmicas

Elon Musk, dono da Starlink Imagem: Arturo Holmes - 2.abr.2024/AFP

Leandro Carneiro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/04/2024 04h00

Além dos embates com o ministro do STF, Alexandre de Moraes, Elon Musk coleciona outras confusões com líderes da América Latina. Um dos principais focos dos imbróglios são as atividades da empresa Starlink, que faz parte do grupo SpaceX, gerido pelo bilionário.

Quais são as polêmicas

O Ibama encontrou pelo menos 32 aparelhos da Starlink em operações contra o garimpo de abril de 2023 a março de 2024. Levantamento do UOL, baseado em dados públicos, aponta que o órgão ambiental recolheu antenas ou roteadores da empresa de Musk em pelo menos 20 áreas de mineração ilegal nesse período, em quatro estados.

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Mas o número real de antenas da Starlink nos garimpos tende a ser maior. Agentes do órgão estimam que quase todos os garimpos ilegais aderiram à Starlink no último ano.

Jornais chegaram a noticiar, de forma incorreta, que o governo brasileiro estaria suspendendo os contratos firmados com a empresa de telecomunicações. Um procurador do Ministério Público de Contas pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a suspensão de contratos do governo federal com a Starlink, mas isso não significa que os contratos tenham sido cancelados. Segundo o Estadão, os contratos da operadora de internet via satélites com órgãos públicos no Brasil brasileiros costumam ser feitos com representantes regionais da Space X, empresa detentora da rede de satélites Starlink.

Em fevereiro, o presidente da Argentina, Javier Milei, autorizou o fornecimento dos serviços da empresa do bilionário no país. Mas, para isso, desregulamentou em decreto oficial os serviços de internet via satélite, quase todos fornecidos pela estatal ARSAT.

A Ucrânia também acusa a Rússia de utilizar a tecnologia de forma ilegal, roubando antenas em áreas ocupadas pelo inimigo durante a guerra. A denúncia passou a ser investigada pelos deputados dos Estados Unidos, que questionam como a Starlink faz para impedir o sinal em locais não autorizados.

Afinal, o que é a Starlink?

É um serviço de telecomunicações espaciais fundada por Elon Musk, CEO da SpaceX. Seu objetivo é fornecer acesso à internet de alta velocidade em áreas remotas do mundo, onde as infraestruturas de telecomunicações tradicionais são limitadas ou inexistentes.

A empresa está construindo uma constelação de satélites em órbita baixa da Terra para fornecer cobertura global. Para se ter uma ideia, os satélites que orbitam o planeta ficam a cerca de 35.700 km de distância, enquanto os da Starlink estão a 550 km.

Desde 2019, já foram lançados em torno de 5.500 satélites no espaço. Existem planos ambiciosos de lançar milhares mais nos próximos anos. Com tantos satélites, fotos de astrônomos e telescópios estão sendo prejudicadas.

O serviço está disponível em pelo menos 30 países e funciona por meio de uma antena, de aparência semelhante a uma parabólica, pequena, que os usuários instalam em suas residências ou empresas. O aparelho se comunica com os satélites em órbita, proporcionando uma conexão de internet de alta velocidade em áreas rurais e remotas, além de oferecer uma alternativa para regiões onde o acesso é limitado ou caro. A grande questão é que, para estar em algum país, é necessário que haja acordos entre a Starlink e os governos locais, o que nem sempre acontece.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que fui publicado, a Starlink não tem valor de mercado divulgado. O texto foi alterado.

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