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Com mais ansiedade e menos sexo, 'geração Z' domina mercado e ganha mais

Geração Z está começando a dominar mercado dos EUA, e isso deve mudar a relação de trabalho Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

25/04/2024 04h00

A geração Z (nascida entre fim da década de 1990 e início da de 2010) está começando a dominar o mercado de trabalho - nos EUA, estão quase superando o número de baby boomers (nascidos entre 1945 e 1964) - e está ganhando mais que gerações anteriores. Porém, a inflação e relação com o trabalho são questões que desafiam esse público e devem moldar a forma de trabalho, segundo análise da revista The Economist.

O que aconteceu

Citando diversos estudos, sobretudo em países desenvolvidos, a revista britânica cita várias características dessa geração que já nasceu conectada comparada com a anterior, os millenials (nascidos dentre fim da década de 1980 e primeira metade da década de 1990), que teve parte da infância analógica e outra parte conectada.

A geração Z é conhecida por ser mais ansiosa e mais propensa a ter depressão. Além disso, cita a reportagem, as pessoas desse grupo fazem menos sexo e bebem menos que geração anterior, segundo o psicólogo Jonathan Haidt, autor do livro "The Anxious Generation" (Geração Ansiosa em tradução livre)

O tempo de socialização é menor da Geração Z devido ao uso de celular e redes sociais. Nos EUA, por exemplo, americanos da geração Z estavam entre seus pares por 38 minutos por dia, enquanto millenials na mesma faixa etária gastavam quase uma hora, segundo Haidt.

Direito ou privilégio de trabalhar? A relação do trabalho da Geração Z é diferente dos millenials. Enquanto para os mais jovens o trabalho é considerado um direito. Para a geração anterior, é um privilégio ter um emprego.

Um dos sinais de como essa geração mais nova lida de forma diferente é o chamado "quiet quitting" (desistência discreta, em tradução livre), quando uma pessoa faz o suficiente para não ser demitido. Sair de trabalho, inclusive, não é um problema

A taxa de desemprego entre Geração Z e millenials é menor. A geração anterior, quando começou a trabalhar, enfrentava um cenário de crise financeira. Essa, mais nova, tem um cenário mais favorável.

Jovens da Geração Z estão evitando a área de humanas. Baseando-se em levantamento feito no Reino Unido e Estados Unidos, a reportagem cita que este público busca áreas mais ligadas à economia e engenharia. Por serem áreas restritas, podem largar o trabalho se sentirem incomodados por algo.

Ganham mais, mas nem tudo são flores. Nos EUA, um zoomer de 25 anos tem renda anual do lar superior a US$ 40 mil (mais de R$ 200 mil) - 50% superior aos baby boomers (geração nascida entre 1945 e 1964), de acordo com levantamento feito por Kevin Corinth e Jeff Larrmore, do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA). Porém, a inflação em alta corrói o poder de compra desse público, com ensino e moradia a preços mais altos.

Mesmo assim, diz a reportagem, zoomers dos EUA têm mais casa própria que millenials tinham na mesma faixa etária.

Menos empreendedores

No fim da década de 2000, pouco mais de 1% dos bilionários do mundo eram millenials, segundo a Forbes. Estavam (e alguns continuam) na lista pessoas como Mark Zuckerberg (fundador do Facebook, atual Meta) e Evan Spiegel (fundador do Snapchat).

Lista atual de bilionários não tem nenhuma grande empresária ou empresário a geração Z - na verdade, menos de 0,5% da lista da revista de negócios é de zoomers. Segundo Russel Funk, da Universidade de Minnesota, os jovens estão produzindo menos inovações e está menos empreendedora, com menos registros de patentes comparado com gerações passadas.

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