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Com Alckmin e Fávaro, Agrishow parabeniza governo um ano após "desconvite"

O vice-presidente Geraldo Alckmin discursa na abertura da Agrishow 2024 Imagem: Divulgação Agrishow 2024

Danielle Castro

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)

28/04/2024 17h49Atualizada em 28/04/2024 18h04

Um ano após "desconvidar" o ministro da Agricultura e Pecuária de sua festa de abertura, a Agrishow, uma das maiores feiras brasileiras do setor, realizada em Ribeirão Preto (SP), recebeu Carlos Fávaro e o vice-presidente Geraldo Alckmin com deferência. João Carlos Marchesan, presidente da Agrishow, elogiou o governo federal por apoiar a agropecuária no país.

O que aconteceu

Fávaro e Alckmin participaram da abertura da 29a. edição da Agrishow neste domingo (28). O ministro ressaltou a importância de quebrar a polarização política do país para rearmonizar as relações internacionais e conseguir que o agronegócio brasileiro siga com seu potencial de produção e abastecimento sustentável no mundo.

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Abrimos, em 15 meses, 109 mercados e inovamos [em 2023] com a linha dolarizada de crédito. Hoje trouxemos mais linhas crédito para produtores com dificuldade em sua safra.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária

O ministro lembrou as dificuldades que as mudanças climáticas trouxeram para os produtores na safra 2023/2024. Fávaro afirmou que a meta do governo federal é evitar que esses agricultores caiam na inadimplência, gerando um problema em cadeia para todo o agronegócio.

Em 2023 a taxa de juros em julho foi de 14% ao ano, as piores taxas, as mais caras da história, porque a inflação mostrou declínio e era uma taxa de 10% de juros real. Neste ano, vamos buscar taxas de juros menores, dizer para o agricultor: agora é hora de investir. Esta Agrishow é um marco para comprar equipamento e melhorar a produtividade.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária

Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse que são prioridades federais para o agro neste ano o crédito, o seguro-produção e a armazenagem. As linhas de crédito liberadas em 2024 pelos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Agricultura Familiar devem somar R$ 80 bilhões em diversas frentes.

O vice-presidente e ministro afirmou que a nova Lei de Depreciação Super Acelerada deve baixar de 15 anos para 2 anos o tempo de desvalorização das máquinas. A ideia da legislação em trâmite é promover a redução de imposto de renda de pessoas jurídicas e de impostos sobre lucro líquido para fomentar a troca de maquinários no campo. Alckmin também anunciou a criação da Letra de Crédito para Desenvolvimento (LCD), que beneficiará o agronegócio e terá juros de 1% a 1,5% mais baratos para produtores.

O nosso parque industrial está envelhecido, precisamos renovar máquinas e equipamentos. [...] Vamos ganhar em produtividade, com mais inovação em toda agricultura.
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

João Carlos Marchesan, presidente da Agrishow 2024, parabenizou o governo brasileiro por "colocar o agro no centro do debate do desenvolvimento econômico e social do país". Para Marchesan, o próximo Plano Safra federal precisa focar na agricultura familiar, disponibilizando automação do solo ao armazenamento para incrementar a produtividade. Segundo o presidente da feira, no Brasil, 80% das máquinas agrícolas têm hoje de 10 a 15 anos de idade e precisam de atualização.

A meta do ministro Paulo Vieira [da Agricultura Familiar] é elevar de 18% para 75% a mecanização na agricultura familiar. Temos mais 250 mil agricultores familiares e pouco mais de 1800 fabricantes dos mais variados tipos de bens no mercado nacional. Juntos podemos promover o progresso econômico e social em todas as regiões.
João Carlos Marchesan, presidente da Agrishow 2024

Desconvite em 2023

No ano passado, Fávaro se envolveu em uma saia justa. Por causa da presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Agricultura do governo Lula afirmou ter sido "desconvidado" da abertura do evento e aconselhado a ir somente no segundo dia. Os organizadores da feira afirmaram que foi apenas um alerta para evitar constrangimentos.

Na ocasião, o ministro Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, classificou o gesto como uma "descortesia". Pimenta chegou a afirmar que o Banco do Brasil, um dos patrocinadores do evento, retiraria o apoio à feira, o que acabou não acontecendo.

Por causa do impasse, a abertura do evento de 2023 acabou cancelada. Neste ano, a festa foi realizada um dia antes da abertura oficial do evento para o público e restrita a autoridades e imprensa.

Tarcísio e Bolsonaro

Enquanto os representantes do governo Lula participaram da abertura da Agrishow, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou para comparecer somente na segunda-feira (29). Neste domingo (28), Bolsonaro foi a uma carreata em Ribeirão Preto (SP) com outros políticos, inclusive o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Até o sábado (27), Tarcísio estava confirmado na abertura oficial da feira. Depois, acabou desistindo.

Tarcísio foi representado pelo secretário estadual de Agricultura, o produtor rural Guilherme Piai Silva Filizzola, e outros secretários. Em seu discurso, Filizzola destacou o apoio governo estadual ao setor: citou o crescimento de 23% nas exportações do estado no 1º trimestre, um investimento de R$ 100 milhões no seguro agrícola paulista, e a criação do Plano Safra estadual, que vai liberar R$ 500 milhões para o agronegócio.

Sobre a Agrishow

Considerada a maior feira agrícola a céu aberto do mundo, a Agrishow é promovida pelas principais entidades do agronegócio no país. Em 2024, a edição conta com 800 expositores e aguarda 195 mil visitantes. No ano passado, a feira movimentou R$ 13,29 bilhões em intenções de negócios e bateu também o recorde de público.

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