Marianne? Quem é a mulher que aparece nas notas de real e de onde veio?
Giovanna Arruda
Colaboração para o UOL
29/07/2024 04h00
O Banco Central do Brasil anunciou que vai começar a recolher as cédulas da chamada primeira família do real, que estão em circulação há mais de 30 anos.
Figura de mulher
Independentemente da família do real, todas as cédulas carregam a figura de uma mulher. Em uma forma que se assemelha a uma escultura, a ilustração das notas é uma representação da República do Brasil.
A representação alegórica nas notas brasileiras foi inspirada em um símbolo francês. A figura feminina como símbolo da República nasceu com os revolucionários franceses, que a batizaram de Marianne. Desde o período da Revolução Francesa, Marianne se tornou o rosto de valores como liberdade, igualdade e fraternidade.
Símbolo da República está presente em uma das obras mais famosas da História. Marianne foi retratada também em obras de arte, sendo a mais famosa delas o quadro "A liberdade guiando o povo", de 1830, do artista Eugène Delacroix e em exposição no Museu do Louvre, em Paris.
Marianne também já ilustrou a moeda francesa. Antes de adotar o euro como moeda oficial, a França utilizava o franco. Em 1993, a versão da cédula de 100 francos trazia o rosto de Eugène Delacroix e uma reprodução de sua obra à direita.
Figura de Marianne também aparece nas moedas portuguesas. Em Portugal, o símbolo da República foi o escolhido para ilustrar as moedas a partir de uma gravura desenhada por Cândido da Silva.
Imagem representada em cédulas é chamada de efígie e está presente de diferentes formas ao redor do mundo. Enquanto no real a efígie é uma escultura, em moedas estrangeiras essa representação pode ser feita com personagens reais. A nota de um dólar, por exemplo, traz o rosto do ex-presidente dos Estados Unidos George Washington, enquanto o cientista e um dos líderes da independência americana Benjamin Franklin ilustra a nota de 100 dólares.
Mudança no Brasil
Medida do BC visa a segurança. De acordo com instrução normativa publicada no último dia 9, as instituições financeiras que receberem notas da primeira família do real deverão encaminhar as cédulas ao Banco Central.
Objetivo é aumentar gradativamente a exclusividade das cédulas da segunda família do real. As cédulas mais novas têm mais dispositivos de segurança para confirmar sua veracidade e apresentam condições físicas melhores do que a primeira versão, que circula desde julho de 1994.
Tamanhos diferentes na segunda família do real. As cédulas da segunda família apresentam tamanhos diferentes, de acordo com seu valor, e estão em circulação desde 2010. A cédula mais recente, de R$ 200, foi implementada em 2020.
Notas antigas permanecem valendo. Apesar da instrução do BC, as cédulas da primeira família do real não perdem seu valor financeiro e podem ser utilizadas normalmente, até que cheguem a uma instituição que as devolverá ao Banco Central.