Dólar cai quase 1% e Ibovespa fecha em alta com dados de emprego nos EUA
O dólar teve hoje o terceiro dia seguido de queda e voltou a ser negociado abaixo de R$ 5,60 nesta quinta-feira (8). Números mais brandos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos e uma depreciação extra da moeda japonesa ajudaram o real a se valorizar. No fim do dia, o dólar caiu 0,9%, valendo R$ 5,574 na venda. O turismo terminou o expediente vendido a R$ 5,794 . A Bolsa de Valores de São Paulo finalizou o pregão em alta de 0,9% indo a 128.660 pontos, conforme dados preliminares.
O que aconteceu?
Dados de desemprego nos EUA apresentados hoje trouxeram alívio. Foram feitos 233 mil pedidos iniciais de auxílio-desemprego na semana encerrada em 3 de agosto, um pouco abaixo da estimativa do mercado de 240 mil. Ou seja, a economia americana pode não estar se deteriorando tanto quanto se temia.
Os números vieram bons, mas ainda preocupam. É o que diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. "O que chama ainda atenção é o estoque de desempregados. O número de pessoas recebendo seguro desemprego ainda é bem alto, ficando em 1,875 milhão", diz ele.
E ainda tem o iene...
O iene, que havia subido no mercado japonês na madrugada, caiu durante o dia. Isso amenizou a saída de dólares do país, devido ao "carry trade" . Nessa operação, investidores aproveitam os juros mais baixos do mundo para pegar empréstimos no Japão e aplicam o dinheiro em países onde as taxas são altas, como o Brasil.
O iene vem se desvalorizando desde que os juros americanos passaram a subir, no ano passado. Existe uma correlação entre a moeda japonesa e a economia americana muito forte. Se os EUA entram em recessão, o iene sobe.
Mas com a alta dos juros, a moeda oriental perdeu muito valor e provocou inflação.
Com a perda de valor da moeda local, os japoneses pararam de comprar. Por isso, o Banco Central do Japão decidiu há poucas semanas tentar conter a inflação apreciando o iene e aumentando os juros. Os investidores que faziam o "carry trade" começaram a desmontar essas operações, provocando uma fuga de dólares do Brasil.
Isso piorou na semana passada, com dados ruins de desemprego nos EUA. O temor de uma recessão por lá fez o iene saltar. Mas com os dados de hoje, as coisas se acalmaram, o iene perdeu valor e real se apreciou.
E vem mais sobe e desce por aí
Oscilações - da Bolsa e do câmbio — devem ser cada vez mais frequentes. Especialistas do mercado dizem que as preocupações econômicas, o conflito geopolítico e as eleições iminentes de novembro podem manter os investidores nervosos nos próximos meses. "Os próximos dados econômicos e movimentos políticos, internos e externos, serão determinantes para a evolução do câmbio ao longo dos próximos meses", diz André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online.
Lula
Nesta quinta, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reuniu com seus 38 ministros no Palácio do Planalto. "Nossos números são todos positivos, apesar de uma crise internacional, que o dólar vem causando no mundo inteiro. A gente se mantém muito equilibrado", disse o presidente.
O presidente afirmou que a inflação está "equilibrada", mas tem de seguir baixa. "Eu sei que é devastadora a inflação na vida do trabalhador. É por isso que para nós inflação é um fator importante. Quanto mais baixa, melhor para a sociedade brasileira", afirmou.
Já o presidente do Banco Central (BC) Roberto Campos Neto participa de dois eventos hoje. No primeiro, às 9h, numa palestra no evento "Cadastro Positivo - 5 anos", em São Paulo, ele disse "ter ficado muito feliz em ver o mercado de crédito voltar a crescer depois de tantos sobressaltos".
Balanço da Petrobras
Os resultados do segundo trimestre de 2024 da Petrobras (PETR4) saem hoje após o fechamento. O mercado espera números levemente maiores. Esse será o primeiro balanço na gestão da nova presidente, Magda Chambriard.
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Quero receberA expectativa pelos resultados fez as ações subirem. PETR3 teve alta de 1,43%, indo a R$ 39,63. PETR4 subiu 1,38%, chegando a R$ 36,77, conforme dados preliminares.
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