Campos Neto diz estar feliz com recuperação do crédito após sobressaltos

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (8) "ter ficado muito feliz em ver o mercado de crédito voltar a crescer depois de tantos sobressaltos". A declaração foi feita durante o evento de comemoração aos cinco anos do Cadastro Positivo, em São Paulo (SP).

O que aconteceu

Campos Neto também afirmou ter observado uma "normalização dos spreads — diferença entre as taxas de captação e de concessão de crédito pelas instituições financeiras." O presidente do Banco Central destacou os avanços tecnológicos que vieram om o Pix, o Drex e o Open Finance.

Na abertura do evento, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) celebrou a melhora de indicadores de crédito. Isaac Sidney mencionou que temores do passado, como a aversão ao risco desencadeada pela crise na Americanas e a recuperação judicial da Oi, foram dissipados.

O presidente do BC defendeu que a atividade bancária lucrativa gera mais capital. Segundo ele, essa atividade viabiliza uma ampliação dos empréstimos e, com isso, o país cresce mais. "Ter uma mentalidade de que o lucro dos bancos é ruim não é o que vai nos levar à eficiência", afirmou.

Pix

Campos Neto mencionou que o Pix alcançou 235 milhões de operações em um único dia, representando mais de duas transações por pessoa. "O Pix talvez seja o sistema que mais gerou inclusão financeira na história", afirmou, enfatizando que economias locais inteiras começaram a operar por meio da plataforma.

O Pix opera com apenas 30% de sua capacidade total. O BC planeja adicionar novas funcionalidades para tornar as transações online mais convenientes, incluindo pagamentos por aproximação e automáticos.

Selic

Última reunião do Copom manteve a taxa Selic estável. Após interromper a sequência de cortes de Selic em junho, os diretores do Banco Central optaram na semana passada pela manutenção, pela segunda vez consecutiva, da taxa básica de juros em 10,5% ao ano. Ao justificar a decisão, o Comitê de Política Monetária destaca as incertezas globais, as expectativas para a inflação e as incertezas fiscais.

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Elevação da taxa básica de juros não está descartada. A ata do Copom divulgada na última terça-feira (6) afirma a autoridade monetária "não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado". A última elevação da Selic no Brasil aconteceu em junho de 2022, quando a taxa atingiu 13,75% ao ano.

Com informações da Reuters e Agência Estado

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