OPINIÃO
Felipe Salto: Alta do juros não vai frear crescimento em curso da economia
Colaboração para o UOL, em São Paulo
18/09/2024 20h12Atualizada em 18/09/2024 21h18
A alta da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual não vai frear o crescimento em curso da economia no Brasil, avaliou o economista e colunista do UOL Felipe Salto durante participação no UOL News 2ª Edição desta quarta (18).
O que vai acontecer com a atividade econômica, inflação, o desemprego e o juros? Uma coisa depende da outra. Veja, o PIB, por exemplo, está vindo acima do esperado nesse ano e a arrecadação do governo, consequentemente, está vindo acima do esperado também. Por outro lado, ainda que tenha sinais de inflação nos serviços e pressões, mesmo com mercado de trabalho apertado e o desemprego em uma mínima histórica, ela continua sob controle.
Agora vem o aumento do juros que vai jogar um pouco de água na fervura, isso provavelmente vai levar efeito sobre a atividade econômica, sobre o PIB, mas eu não acho que vai frear o processo de crescimento em curso da economia. Até porques saímos de uma taxa de juros mais alta (...), essa redução da Selic proporcionou uma recuperação da indústria, alta dos investimentos privados. Isso não se acaba da noite para o dia. A melhor expectativa hoje é o PIB crescendo em torno de 2,5% em média por ano até o fim do governo Lula. Felipe Salto, colunista do UOL
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Salto explicou a expectativa dos economistas já era de um aumento da taxa do juros em 0,25 ponto percentual - que se concretizou.
A expectativa para essa alta tem a ver com vários motivos que levaram a esse contexto de reinício do ciclo de altas do juros. As sinalizações foram sendo dadas pelos diretores, principalmente pelo diretor de política monetária e agora pelo próximo presidente do Banco Central [Gabriel Galípolo], de que o aumento não estaria descartado, que o BC estava atento a pressão da demanda agregada da economia, a evolução da inflação, dos preços etc.
Isso criou um clima, combinado com as pressões de setores do mercado, para que a expectativa se concentrasse ao redor desse início de ciclo de alta de juros. O problema é que o Federal Reserve, o Banco Central americano, acaba de decidir nesta tarde, reduzir o juro lá fora, 50 pontos base. Isso é fundamental para nós, porque quando o juros lá fora cai, o que acontece é que você tem um diferencial de juros se a gente não fizesse nada com a nossa taxa. Isso leva a uma atratividade maior de capital externo e efeito positivo no ponto de vista da faixa de câmbio. Felipe Salto, colunista do UOL
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