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China pode ser parceira, mas é preciso olhar a concorrência desleal

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/09/2024 12h00

O empresário Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer, diz que a concorrência chinesa "não assusta tanto quanto assustava no passado" e que o país asiático pode virar parceiro da companhia no futuro. "O que a gente tem que olhar é a concorrência desleal", afirma. Ele foi convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.

O que a gente tem que olhar é a concorrência desleal. A concorrência que não tem procedimentos, que não tem qualificações. Aí é um pouco mais complicado.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer

Nós todos trabalhando, fazendo tratamento de influentes, deixando tudo certo, enquanto o outro não faz. Este que não faz é que tem que ser tirado do sistema. Esse é o desleal.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer

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Há mais de 70 anos no mercado, o Grupo Buddemeyer é líder do segmento premium de cama, mesa e banho. O Grupo tem três marcas: Buddemeyer (indústria), Casa Almeida (rede de varejo) e Empório Bud (voltado para vendas B2B). Anualmente, a companhia vende cerca de 50 milhões de peças. Em 2023, o faturamento foi de R$ 505 milhões.

De olho na classe média da China

A China pode ser um grande potencial no futuro. "A China é o maior produtor do mundo. Então, a gente tem que tirar as boas vantagens que a China pode dar. Mas, de maneira geral, a China hoje não é um grande concorrente e, sim, talvez vá virar mais parceiro da gente", declarou.

Existe uma classe média crescente, grande na China. Nós estamos em projetos de expansão de exportação, um deles é vender na China. Por quê? Porque é um mercado, hoje, maduro, que consome produtos e tem essa vontade. E como a gente tem design e qualidade para isso, por que não?
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer

Sustentabilidade e preocupação ambiental

A preocupação ambiental faz parte da filosofia do Grupo Buddemeyer. "Nós sempre tratamos essa parte de meio ambiente com uma força muito grande. Mesmo antes de existirem leis mais fortes em relação a isso, desde a década de 80 a gente já faz tratamento de efluentes onde a água sai mais limpa do que ela entrou", afirma.

Certificação de carbono neutro. No ano passado, a companhia recebeu a certificação Carbono Neutro 2021/2022. "Nós temos há mais de cinco, seis anos certificação de carbono neutro. Nem se falava em carbono neutro há cinco anos da mesma forma que se fala hoje de ESG", declara.

Empresa terá embalagens de tecido. Outra medida que está sendo adotada é substituir, gradualmente, o uso de plástico nas embalagens por tecido e materiais biodegradáveis.

Expandir as exportações

O Grupo Buddemeyer quer expandir suas exportações, devido ao enfraquecimento da oferta do segmento 'cama, mesa e banho' no mercado externo. A companhia exporta hoje para mais de 50 países.

São janelas de oportunidade. A gente vê que o 'cama, mesa e banho', um segmento como o nosso, é normalmente muito maduro. Não há grandes disrupções rápidas. Então, você tem que ir degrau a degrau, passo a passo. Para fazer isso, a gente vai vendo que há oportunidades de enfraquecimento da oferta no mercado externo. A gente vai tentar buscar esse pedaço.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer

A Argentina voltou a ser um mercado consumidor dos produtos Buddemeyer. A empresa mantém uma planta na Argentina há muitos anos, mas estava estagnada. No início deste ano, a companhia retomou sua operação na Argentina, onde mantém uma fábrica e um centro de distribuição na capital Buenos Aires. "Agora, a gente amplia essa distribuição de novo até para o consumidor argentino ter opção. Ele começa a abrir-se para o mundo, e nós vamos querer ser uma dessas opções", declara.

Veja a entrevista completa

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