Talvez erramos ao não regular propaganda de bets, diz deputado do PT
Colaboração para o UOL
27/09/2024 19h39Atualizada em 28/09/2024 15h51
A regulamentação das bets e das propagandas de jogos online deveriam ter sido tratadas no mesmo projeto, afirmou o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) em entrevista no UOL News desta sexta (27). Para ele, o governo tem a obrigação de impedir que dinheiro de programas sociais seja desviado do propósito de combater a fome no Brasil para abastecer a jogatina.
Uma atividade econômica que está tirando quase R$ 200 bilhões do mercado de consumo compromete, inclusive, a própria economia, além de comprometer, nesse caso, as famílias de menor poder econômico. É evidente que talvez nós erramos quando regulamentamos as bets e deixamos a regulamentação da propaganda para um outro momento. Deveríamos ter feito tanto a regulamentação como a propaganda no mesmo projeto, mas é também um aprendizado. Reginaldo Lopes, deputado federal
O deputado defende medidas que impeçam o uso do cartão do Bolsa Família em bets e o acesso às apostas de pessoas inscritas no CAD-Único.
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É evidente que agora, a partir dos dados, nós temos obrigação de impedir que dinheiro de programas sociais, de Pé-de-meia, programas do Bolsa Família — estamos falando de R$ 3 bilhões ao mês, R$ 36 bilhões ao ano — não saia da mesa do brasileiro pra ir para o bolso de alguns empresários, para jogatina.
Portanto, nós temos a obrigação de não só a utilização do cartão do Bolsa Família — foi um avanço permitir a utilização como cartão de débito para s compras diretas, nas mercearias e nos supermercados —, mas nós temos que proibir também o CPF das pessoas do CAD-Único. Nós vamos proteger um terço da população, as pessoas de menor poder econômico, através do CPF. Reginaldo Lopes, deputado federal
Segundo o parlamentar, o governo pode sim instaurar medidas que interferem na maneira como os beneficiários de programas sociais escolhem gastar o dinheiro por se tratar de recurso público com objetivo preciso.
O Bolsa Família é para garantir alimentação adequada, segurança alimentar e segurança nutricional. A desorganização do Bolsa Família levou o Brasil a ter 40 milhões de brasileiros em situação de fome e insegurança alimentar. Com o Bolsa Família reorganizado, com os critérios, com as condicionantes como cartão de vacinação e escola, nós voltamos, com as rendas variáveis — não só a renda piso, a renda fixa — nós tiramos 24 milhões de brasileiros do estado da fome e da extrema pobreza.
Portanto, esse dinheiro, que é dinheiro público, não pode sair do governo federal, entrar na conta das famílias brasileiras e não ser utilizado para comprar alimentos e parar nos jogos. Não podemos aceitar. O dinheiro do Bolsa Família não pode parar nas bets e nem no [jogo do] tigrinho. Reginaldo Lopes, deputado federal
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