Pacheco ataca regras ambientais que, segundo ele, travam o desenvolvimento

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu nesta terça-feira (29), durante participação no LIDE Brazil Conference London, evento promovido pelo Lide, UOL e Folha de S.Paulo, que reúne líderes políticos, empresariais, além de investidores brasileiros e britânicos, um afrouxamento de práticas ambientais que acabam prejudicando o desenvolvimento de setores econômicos do país.

O que aconteceu

O presidente do Senado defendeu exploração das riquezas nacionais. Apesar de reconhecer a necessidade de "rechaçar o desmatamento na Amazônia e os incêndios no Pantanal", Pacheco cobrou a necessidade de avançar com práticas criticadas por ambientalistas. "O petróleo da margem equatorial no estado do Amapá precisa ser produzido. As reservas de Minas Gerais também precisam ser produzidas com sustentabilidade, porque aquilo é riqueza para o povo que ali está", observou.

Pacheco defendeu também estímulos ao agronegócio nacional. Segundo o presidente do Senado, as plantações contribuem para a segurança alimentar da população. "O nosso agronegócio precisa ser estimulado, porque há um problema de segurança ambiental, alimentar, que não é só do Brasil, é do mundo", reconheceu. "O Brasil ainda tem o problema da fome e da miséria", lamentou.

Ele reconheceu que o Brasil tem as leis ambientais mais modernas. Em sua fala, ele destacou o aprimoramento de iniciativas como o hidrogênio verde, o mercado de crédito de carbono, programa de transição energética e o combustível do futuro. Ainda assim, ressaltou que as práticas não podem impedir o desenvolvimento do país.

Ex-presidente da Cetesb vê "emergência ambiental". Patricia Iglecias, professora de direito civil por danos ao meio ambiente na USP, afirma que precisam ser estabelecidos avanços para inibir os danos ao meio ambiente. "Não existe atividade econômica sem impacto ambiental, mas também não existe viver sem impacto. Portanto, esse não é o ponto. O ponto é conectar a atividade com o menor impacto", avalia.

Pacheco recordou a expansão do conceito de desenvolvimento sustentável. Durante sua exposição no painel "ESG e a economia real", ele afirmou que as práticas passaram a ganhar força a partir da segunda metade do século passado e abriram caminho para a conscientização da população. "Havia pouca vergonha ou constrangimento por práticas insustentáveis", afirma.

O que se percebe é uma evolução muito considerável da sociedade brasileira, de conscientização da proteção do planeta, de regras ambientais e dos limites éticos.
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado

Práticas ESG medem a sustentabilidade das empresas. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, reconheceu a sigla em inglês para usada para definir boas práticas ambientais, sociais e de governança como alternativa aberta pelo desenvolvimento. "O ESG só é possível se a economia real estiver andando bem", afirmou.

O senador também demonstrou preocupação com o controle de gastos. Segundo Pacheco, a responsabilidade fiscal representa um dos pilares para o desenvolvimento do Brasil. "Nós precisamos ter essa discussão sobre o tamanho do que significa o Estado brasileiro", afirmou.

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