Banco Central aumenta juros em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano
Denyse Godoy
do UOL, em São Paulo (SP)
06/11/2024 18h42Atualizada em 06/11/2024 18h51
O Banco Central brasileiro decidiu aumentar a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. A medida era amplamente esperada pelo mercado financeiro.
O que aconteceu
Depois de uma reunião de dois dias, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) anunciou o aumento da Selic. A 11,25% ao ano, a taxa básica de juros brasileira volta ao patamar de janeiro.
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A decisão foi tomada em unanimidade pelos nove membros do comitê. Além de Roberto Campos Neto, presidente do BC, cujo mandato termina em dezembro, votam os diretores: Gabriel Galípolo (Política Monetária), próximo presidente do banco; Ailton de Aquino Santos (Fiscalização); Carolina de Assis Barros (Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta); Diogo Abry Guillen (Política Econômica); Otávio Ribeiro Damaso (Regulação); Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos); Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro) e Rodrigo Alves Teixeira (Administração).
Entre os motivos citados para a alta, estão a conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos. Com a mudança de governo, há dúvidas sobre o desempenho da economia, a inflação e a postura do BC americano, segundo comunicado publicado pelo Copom ao final da reunião.
Internamente, como os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho seguem indicando aquecimento, é esperado que o preços continuem sofrendo pressão de alta. O Copom lembrou que as expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa semanal Focus encontram-se em torno de 4,6% e 4%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,6%.
As negociações do governo em torno do pacote de corte de gastos públicos do Orçamento de 2026 são acompanhados com atenção pelo comitê. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado bastante os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio, disse o Copom.
O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Comunicado do Copom