Bolsa fica no zero a zero e dólar sobe com alta internacional
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou nesta segunda-feira (11) em estabilidade, depois de oscilar entre altas e baixas. O dólar finalizou o dia em elevação, com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA ainda fazendo a moeda se valorizar internacionalmente e aqui no Brasil. A queda no preço de produtos básicos (ferro, petróleo e aço) também influenciou a divisa.
O mercado ainda espera as medidas de corte de gastos do governo. Enquanto isso, os investidores repercutiram a sexta elevação consecutiva da projeção do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) feita pelo Boletim Focus, do Banco Central
A semana é mais curta, com feriado na sexta-feira (15). Nos Estados Unidos, o Dia do Veterano nos fechou o mercado do Tesouro (Treasuries), mas as bolsas funcionaram em Nova York.
O que aconteceu
A Bolsa de Valores de São Paulo terminou o dia em ligeira alta de 0,03%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, ficou em 127.873 pontos.
O dólar comercial terminou o dia negociado em alta de 0,56%, vendido a R$ 5,770. O turismo teve valorização de 0,17%, para R$ 5,998.
Por que o dólar subiu?
Nesta segunda, o câmbio seguiu com o dólar valorizado. A vitória de Trump nas eleições segue estressando os mercados. Mas o efeito é ainda pior para mercados emergentes que, desde sexta-feira, veem suas moedas perder valor, depois da frustração com mais um capítulo da história de pacotes de estímulos lançados pelo governo chinês.
Como as medidas vieram bem mais amenas que o esperado, a China deve continuar tendo problemas e comprando menos produtos básicos de nações como o Brasil. Isso joga para baixo, por exemplo, o valor do minério de ferro, que encerrou as negociações do dia com queda de 2,87%. O petróleo caiu cerca de 3%.
Investidores vêm o dólar como boa opção de investimento, diante da perspectiva de um governo mais inflacionário nos Estados Unidos. "Apesar do feriado nos EUA, os investidores deram continuidade ao chamado 'Trump Trade', fazendo um ajuste de posições nas carteiras de investimento", diz Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.
Nos EUA, diferentemente de outros países, quando a inflação sobe, o dólar se valoriza. No Brasil, se os preços sobem, o real perde valor. Isso acontece com as moedas fortes e o dólar é a maior delas. Lá, se os preços sobem, os juros aumentam e isso fortalece divisa. A explicação é que juros maiores elevam a atratividade do Tesouro americano — a aplicação mais segura do mundo — o que faz o fluxo de investidores migrar do mundo todo para os EUA.
Inflação alta também atrapalha
Os economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central elevaram a estimativa para o IPCA de 4,59% para 4,62%. A projeção da inflação fica acima da meta do BC. Na semana passada, a inflação do Brasil acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo índice até outubro, atingiu 4,76%, ficando 0,26 ponto percentual acima do teto da meta definida pelo governo ao indicador.
O dado é importante porque quanto mais inflação, mas os juros sobem, o que é pior para as empresa listadas em Bolsa, que ficam mais endividadas. Os investidores também saem do mercado de renda variável para o de renda fixa.
Para o dólar, o Focus também reajustou para cima a previsão para o fim de 2024. Subiu a estimativa de R$ 5,50 para R$ 5,55.
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Quero receberAltas e baixas
Entre os papéis que mais subiram se destacaram os de empresas de educação. As ações da Yduqs (YDUQ3), dispararam 6,16%, para R$ 10,86, conforme dados preliminares, depois de a companhia ter tido lucro líquido de R$ 151,9 milhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 62,7% na comparação com o mesmo período de 2023.
Cogna (COGN3) avançou 8,82%, para R$ 1,48, conforme dados preliminares. A empresa teve uma redução de 71% no prejuízo em relação ao resultado do mesmo período do ano passado. Mas ainda continua no vermelho, com perdas de R$ 22 milhões entre julho, agosto e setembro deste ano.
As maiores baixas foram de empresas exportadoras para China. Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) teve baixa de 3,57%, para R$ 11,33. Vale (VALE3) desvalorizou 2,9%, para R$ 58,87, enquanto Usiminas (USIM5), perdeu 2,88%, para R$ 6,07. Os dados são preliminares.
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