Haddad: governo busca incluir até 4ª mais um ministério no corte de gastos

O presidente Lula (PT) pediu que mais um ministério seja incluído no pacote de corte de gastos do Orçamento de 2026 que está sendo negociado no governo. A resposta da pasta é esperada até quarta-feira (13), segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não disse qual é a área em questão.

O que aconteceu

Haddad conversou com jornalistas em Brasília na noite desta segunda (11) após reunião com Lula e deu detalhes de como anda o processo de negociação dos cortes de gastos do Orçamento de 2026. Segundo o ministro, depois de algumas rodadas de conversas com diversos ministérios nos últimos dias, Lula pediu que mais um fosse incluído na lista dos que terão suas verbas reduzidas. Haddad não disse qual é esse outro ministério, mas afirmou que se espera uma resposta da pasta até quarta (13).

Nos últimos dias, Lula se reuniu principalmente com ministérios da área social para discutir os cortes. Além de Haddad, Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), participaram das conversas Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) e Camilo Santana (Educação).

Dos ministérios que estavam na mesa, concluímos o debate.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda também disse nesta segunda (11) que houve reuniões durante o final de semana, em Brasília, sobre o assunto. Esses encontros não haviam sido tornados públicos ainda.

Segundo Haddad, alguns tópicos do pacote de corte de gastos já foram enviados à Casa Civil para redação. O ministro não quis comentar quais reduções já foram decididas. Na semana passada, Haddad tinha dito que ainda havia dois pontos em negociação no governo, mas agora afirmou que estes foram resolvidos.

Na terça (12) à tarde, Haddad voltará a se encontrar com Lula para discutir o encaminhamento do pacote no Congresso Nacional. O presidente e o ministro falarão sobre como apresentar as medidas para Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Arthur Lira, presidente da Câmara.

Queremos crescer com baixa inflação e alta dos salários. O pacote é para o bem dos trabalhadores, para o controle da inflação.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Impaciência do mercado

O mercado financeiro espera desde o fim do segundo turno das eleições municipais, em 27 de outubro, o anúncio do pacote de redução de despesas de 2026. A demora tem causado um clima de insegurança entre os investidores nos últimos dias, impulsionando o dólar e derrubando a Bolsa de Valores. Em julho, sob pressão do mercado, a equipe econômica anunciou o congelamento de R$ 15 bilhões em gastos para este ano e mais R$ 25,9 bilhões para 2025.

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Lula vinha resistindo a anunciar o tamanho dos cortes. Enviando sinais de que não gosta de se submeter a pressões externas, o presidente gosta de repetir que alguns tipos de despesas, como os programas sociais, não são gasto, são investimento.

Proposta deverá ser apresentada pelo Executivo em forma de PEC (Proposta de Emenda à Constituição). Para isso, o governo precisa de articulação nas duas casas do Congresso.

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