Lula vai cumprir arcabouço fiscal 'rigorosamente', diz Alckmin: 'Déficit 0'

O presidente Lula (PT) "cumprirá rigorosamente o arcabouço fiscal" para zerar o déficit primário brasileiro, afirmou nesta terça-feira (12) à imprensa o vice-presidente Geraldo Alckmin, que participa da COP29, conferência da ONU que acontece no Azerbaijão.

O que aconteceu

Alckmin afirmou que ouviu do próprio Lula a decisão de reduzir os gastos públicos. "Eu participei da reunião na semana passada, na sexta-feira. Reunião muito proveitosa, e o presidente Lula deixou claro que cumprirá rigorosamente o arcabouço fiscal: ou seja, déficit primário zero. A questão do arcabouço fiscal é compromisso do governo", afirmou o vice após discurso na COP.

O arcabouço fiscal é um conjunto de regras para as contas públicas aprovado no ano passado que substituiu o teto de gastos. Ele tem objetivo de reduzir o gasto público, zerando o chamado déficit primário, que é quando as despesas do governo superam as receitas, depois que os juros da dívida pública são descontados.

Salário mínimo e previdência militar

Lula, Alckmin e Rui Costa durante reunião com ministros para discutir ajuste fiscal
Lula, Alckmin e Rui Costa durante reunião com ministros para discutir ajuste fiscal Imagem: Ricardo Stuckert/PR

Alckmin indicou que o governo não vai mexer na correção do salário mínimo. Questionado se as regras discutidas com Lula para zerar o déficit incluem limitação do aumento do salário mínimo, o vice disse que "não, obrigatoriamente, não". A partir deste ano, o mínimo é corrigido levando em conta a inflação dos 12 meses anteriores, mais a taxa de crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.

O vice-presidente também não quis comentar se a previdência dos militares vai entrar no ajuste fiscal. "Quem vai detalhar a maneira como vai se fazer essa redução da despesa é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad", afirmou.

É importante deixar claro que o Brasil vai ter uma política fiscal rigorosa, o que vai nos permitir uma política monetária melhor para o desenvolvimento, com menor taxa de juros.
Geraldo Alckmin, na COP29

As reuniões de Lula sobre o tema ocorreram durante toda a semana passada. Os encontros com a equipe econômica e ministros das áreas que podem sofrer cortes geraram embates, como entre Haddad e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho —que ameaçou deixar o cargo se o governo mexesse no seguro-desemprego e no abono salarial.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.