Dólar passa de R$ 6,10 e Bolsa cai na sexta-feira pós anúncio de pacote
Lílian Cunha
Colaboração para o UOL
29/11/2024 10h14Atualizada em 29/11/2024 11h05
A Bolsa de Valores de São Paulo começa esta sexta-feira (29), em queda e o dólar sobe com o mercado ainda repercutindo o pacote de corte de gastos do governo.
O dólar dispara e passou de R$ 6,11 às 10h18, puxando os juros futuros para novas máximas.
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Nos Estados Unidos, os mercados voltam a funcionar depois do feriado de Ação de Graças. Mas fecham mais cedo, às 15h (de Brasília). Pelo menos metade do movimento da Bolsa é de estrangeiros, segundo a B3.
O que está acontecendo
Por volta das 11h, a Bolsa de Valores de São Paulo abriu em queda de 0,16%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, desvaloriza para 124.412 pontos.
O dólar comercial era negociado em alta de 1,76%, vendido a R$ 6,095, após ter chegado a R$ 6,011 anteriormente. O turismo era vendido com valorização de 1,28%, para R$ 6,303.
Os mercados hoje não acompanham o exterior, onde os rendimentos do Tesouro americano recuam e o dólar se desvaloriza ante maioria das moedas emergentes e ligadas a produtos básicos (commodities). Na quinta-feira, o dólar à vista fechou o dia com forte alta de 1,30%, cotado a 5,9910 reais, registrando a maior cotação nominal de fechamento da história.
Os investidores não gostaram da isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. E duvidam que pacote atingirá economia de R$ 70 bilhões estimada pelo governo, embora estudo de professores do Made (Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades), da FEA/USP aponte para neutralidade. O mercado também acredita que haverá dificuldades para que as medidas sejam aprovadas pelos parlamentares.
Boa notícia
As contas públicas ficaram no azul em outubro. A diferença entre as receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida (incluindo Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve superávit primário de R$ 36,883 bilhões em outubro, após ter ficado no vermelho em R$ 7,340 bilhões em setembro, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 29.
Foi o melhor resultado para o mês desde 2016, quando o setor público teve saldo positivo de R$ 39,589 bilhões.