Dólar cai pelo terceiro dia seguido; Bolsa fecha em alta com Petrobras
O dólar teve o terceiro dia seguido de baixa nesta quinta-feira (5). Mesmo assim, continua sendo vendido acima de R$ 6. A Bolsa de Valores de São Paulo terminou o dia em alta.
A tramitação do pacote de gastos no Congresso e elevação dos juros na semana que vem ajudaram a moeda americana a cair. Uma Selic mais alta pode atrair mais dólares para o país.
O mercado também esteve de olho nas notícias sobre Petrobras (PETR3 e PETR4).
O que aconteceu
O dólar comercial teve baixa de 0,60%, vendido a R$ 6,011, depois de ter atingido R$ 5,961, o valor mais baixo durante o dia. O turismo fechou o dia com desvalorização de 0,74%, para R$ 6,229.
A Bolsa de Valores de São Paulo teve alta 1,40%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subiu para 127.857 pontos.
No câmbio, o mercado seguiu num movimento de correção da elevação provocada pelo susto com o anúncio do pacote de gastos na semana passada. O governo divulgou medidas para diminuir seus gastos em R$ 70 bilhões em dois anos. O pacote desagradou investidores, que acharam o total insuficiente para reequilibrar as finanças públicas. A ideia de anunciar, ao mesmo tempo, a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês também caiu mal.
Este foi o terceiro dia seguido de baixa. Na terça (3) houve desvalorização de 0,21% no fechamento e na quarta-feira (4), de 0,13%.
A proximidade com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima quarta-feira (11) ajudou a valorizar o real. O mercado espera que o Banco Central suba a Selic, atualmente em 11,25% ao ano, em até um ponto percentual. Juros altos intensificam a entrada de dólares no país e, com isso, as cotações da moeda americana podem diminuir. Os investidores vêm ao país para aproveitar essas altas taxas, aceitando riscos.
Por isso, o BTG prevê um dólar a R$ 5,90 até o final de 2024 e de R$ 5,80 até o fim de 2025. O risco fiscal foi "a principal causa de depreciação do real nas últimas semanas", publicou o banco.
Gastos
Também na noite de ontem, o requerimento de urgência para o projeto de lei do pacote de corte de gastos foi aprovado por 260 votos a favor e 98 contra. Três votos a mais do que o necessário (257). "Com a decisão, as propostas terão a análise acelerada e não precisarão ser votadas nas comissões temáticas, o que traz esperança de que o pacote possa trazer realmente R$ 70 bilhões em economia até 2026", diz Idean Alves., especialista em mercado de capitais e planejador financeiro
Petrobras
Os ativos da Petrobras subiram com a maior descoberta e gás natural da história da Colômbia, feita pela estatal nacional em conjunto com a Ecopetrol. Foram confirmados volumes de gás no local superiores a 6 trilhões de pés cúbicos. A constatação pode aumentar em 200% as reservas atuais da Colômbia, informou a Petrobras.
PETR3 avançou 1,37% para R$ 42,95 e PETR4 teve elevação de 1,30%, para R$ 39,76, conforme dados preliminares. O que segurou um pouco a valorização foi a saída do presidente do Conselho de Administração, Pietro Mendes. Ele deixará o cargo para assumir uma diretoria na Agência Nacional do Petróleo (ANP). O substituto será Bruno Moretti, conselheiro ligado à Casa Civil. Investidores demonstram preocupação com a possível intensificação da influência governamental na estatal.
O preço do petróleo poderia ter ajudado, mas ficou estável, mesmo com a aliança de produtores de petróleo OPEP+ adiando a retomada na produção. O corte voluntário de produção de 2,2 milhões de barris por dia deveria acabar agora em dezembro, mas vai permanecer até abril de 2025.
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