Balança comercial tem superávit de US$ 74 bilhões em 2024
Felipe de Souza
Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)
06/01/2025 16h18
Apesar de ter importado mais, a balança comercial brasileira fechou o ano de 2024 com superávit de US$ 74,6 bilhões, conforme boletim MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), divulgado nesta segunda-feira (6). O valor é o segundo maior da série histórica, mas 24,6% menor do que o saldo registrado em 2023. Expectativa para este ano é de um resultado parecido.
O que aconteceu
No resultado geral, o Brasil registrou superávit de US$ 74,6 bilhões. O número é considerado o segundo maior da série histórica (desde 1989), perdendo apenas para 2023, quando o resultado positivo foi de US$ 98,9 bilhões.
Exportações menores ajudam a puxar saldo para baixo. As comercializações para o exterior totalizaram US$ 337 bilhões, um recuo 0,8% ante 2023. No período, o volume embarcado aumentou 3%.
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Importações cresceram 9% ante o ano anterior. Mesmo com preços mais baixos que os do ano passado (7,4% de diferença), os desembarques de US$ 262,5 bilhões entre janeiro de dezembro equivalem ao segundo maior volume da história, contribuindo para o saldo negativo da balança comercial.
Bens de capital foram responsáveis pelo maior volume de importações, 25,6%, mas não foram as que tiveram maior valor. A importação de bens de consumo pagou 23,4% a mais que na comparação com 2023.
Combustíveis a base de petróleo foram os mais importados pelo Brasil no ano passado, representando 5,8% do total — US$ 15,1 bilhões. Adubos ou fertilizantes químicos tiveram 5,2% de participação nas importações.
Exportações tiveram leve queda, de 0,8%, totalizando US$ 337 bilhões em 2024, contra US$ 339,7 bilhões em 2023. Os preços menores (3,6%) impactaram no resultado.
Agropecuária foi o setor com pior resultado, queda de 11% no valor das exportações, apesar da alta de 0,7% do volume movimentado. O ano passado fechou com total de US$ 72,5 bilhões, contra US$ 81,5 bilhões em 2023.
Pela primeira vez, o petróleo bruto foi o item mais exportado pelo Brasil no ano passado, somando US$ 44,8 bilhões, acima da soja, que acumulou US$ 42,9 bilhões. Para o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, isso se deve à queda da safra agrícola brasileira e a variação negativa de preços. "Acreditamos que, em 2025, a soja deve voltar a ocupar a primeira colocação, se os preços se estabilizarem", disse.
Expectativa para 2025 é que o saldo fique na mesma margem, entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões. Já as importações, conforme a estimativa, devem totalizar até US$ 280 bilhões, e as exportações podem alcançar US$ 360 bilhões.